Um grupo de especialistas recomendou uma terceira dose da vacina da Moderna nos Estados Unidos nesta quinta-feira (14) para determinados grupos, um mês depois de tomar a mesma decisão sobre o imunizante da Pfizer.
A opinião desse comitê consultivo da Agência de Medicamentos e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos — formado por pesquisadores, epidemiologistas e especialistas em doenças infecciosas — não é vinculativa, mas é incomum que a agência não a siga.
Após um dia de debate, os especialistas concordaram em autorizar a administração de uma dose de reforço de Moderna a três categorias de pessoas: maiores de 65 anos, aqueles com alto risco de desenvolver uma forma grave da doença e aqueles cujo trabalho ou situação envolve exposição "frequente" ao vírus.
A última categoria inclui trabalhadores de supermercado, profissionais de saúde, presidiários e moradores de rua.
Os mesmos parâmetros foram utilizados para a aprovação da terceira dose da Pfizer.
Este reforço pode ser administrado seis meses após a segunda injeção da vacina da Moderna. A dose é de 50 microgramas, metade do que contêm as duas primeiras injeções.
Em sua apresentação ao comitê, uma representante da Moderna argumentou que a dose de reforço ajudaria a combater a variante delta em um momento em que a vacina está se tornando cada vez menos eficaz contra infecções e casos leves da doença, embora ainda seja eficaz contra casos graves.
O comitê deve se reunir novamente na sexta-feira, desta vez para aconselhar a FDA sobre a conveniência de uma dose de reforço da vacina da Johnson & Johnson.
Também serão discutidos os resultados de um estudo publicado nesta semana que analisou a possibilidade de usar, para a dose de reforço, uma vacina diferente da série inicial de injeções, algo não permitido atualmente nos Estados Unidos.
O estudo sugere que as pessoas que receberam a vacina Johnson & Johnson podem se beneficiar ao receber uma dose de reforço de uma vacina de uma tecnologia diferente, como o RNA mensageiro.
Quase 15 milhões de americanos receberam uma dose da vacina Johnson & Johnson e quase 70 milhões estão totalmente vacinados com Moderna.
Se a FDA autorizar oficialmente as doses de reforço de ambas as vacinas, um comitê de especialistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) terá que emitir seu próprio parecer na próxima semana, em reunião marcada para quarta e julho.
Os CDC publicarão então recomendações específicas para essas injeções, que serão usadas pelos profissionais de saúde que as administram.