O reforço com a vacina da Pfizer aumentou em até 20 vezes o o nível de anticorpos em pessoas imunizadas com o esquema completo da CoronaVac, apontam resultados preliminares de um estudo feito no Uruguai, onde 24% da população já recebeu três doses contra a covid-19.
Desde o começo de março, cientistas do Instituto Pasteur (IP) de Montevidéu e da Universidade da República (Udelar) realizam um projeto de pesquisa para estudar a evolução dos níveis de anticorpos específicos contra o sars-cov-2 em relação às vacinas e doses administradas. O estudo, que envolve mais de 200 voluntários, irá durar dois anos e prevê coletas de sangue periódicas dos participantes.
Em um primeiro subgrupo, 57 pessoas tiveram o sangue colhido em quatro ocasiões: antes de serem vacinadas, 18 dias depois, 80 dias em média após a segunda dose da CoronaVac, e 18 dias em média após o reforço, da Pfizer.
Na primeira amostragem, nenhum dos participantes apresentou anticorpos específicos contra o sars-cov-2, o que era de se esperar, pois nenhum deles havia contraído o vírus. Na segunda, 100% apresentaram anticorpos antivirais específicos, em níveis variados.
Após a terceira coleta, uma diminuição geral de anticorpos foi observada em relação aos níveis detectados na segunda amostragem. Por fim, após a dose de reforço, verificou-se que todos os participantes tiveram um aumento no nível de anticorpos em média 20 vezes maior do que o observado na segunda coleta.
– São resultados preliminares, em uma população particular – ressaltou o pesquisador do IP Sergio Bianchi.
Os cientistas continuarão monitorando para saber por quanto tempo os níveis de anticorpos antivirais irão se manter após a vacinação.
O Uruguai tem 3,5 milhões de habitantes, e 72% da população já foi vacinada com o esquema completo da CoronaVac, Pfizer ou AstraZeneca, enquanto 24% já receberam a dose de reforço.
No Brasil, a Pfizer também a vacina prioritária para administração da dose de reforço em idosos e pessoas imunossuprimidas.