O lote com 121.250 vacinas contra a covid-19 da Oxford/AstraZeneca , que chegou na tarde desta quinta-feira (16) ao Estado, será destinado totalmente à segunda dose, mas não será suficiente para atender à demanda atual. Em 23 de setembro, fechará o intervalo de 12 semanas, indicado no Plano Nacional de Imunização, para a aplicação da dose complementar da fabricante em 282 mil pessoas que receberam a primeira injeção na metade de junho. Por enquanto, porém, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) só recebeu 82% desse quantitativo.
A chegada da nova leva, contudo, alivia a situação. Com o atraso na importação de insumos necessários para a produção da AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) interrompeu as entregas ao governo federal por duas semanas, o que gerou a falta do imunizante para segundas doses em 112 municípios gaúchos, conforme levantamento divulgado na quarta-feira (15) pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems).
A escassez de segundas doses de AstraZeneca afeta principalmente municípios menos populosos. Dentre as cidades com mais de 100 mil habitantes, somente Bento Gonçalves e Erechim responderam que estão sem a vacina. A situação é mais grave em outros Estados – em São Paulo, o governo está aplicando segundas doses da Pfizer em quem tomou a primeira da AstraZeneca e está com a imunização atrasada.
A distribuição das vacinas às 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs), marcada para esta sexta-feira (17), deve reduzir o déficit, ao menos por alguns dias. Por enquanto, a SES ainda não estipulou o número exato de doses que cada cidade receberá.
A falta de imunizante deve ser sanada na semana que vem. A Fiocruz anunciou a entrega de mais 2,1 milhões de doses de AstraZeneca nesta quinta-feira ao Ministério da Saúde, que devem chegar ao RS nos próximos dias. Ainda não há definição de data e quantidade de vacinas destinadas ao Estado nessa nova remessa. Para sexta-feira, o laboratório deve distribuir mais um lote.