A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) deve encaminhar pedido nas próximas semanas à Justiça Federal para iniciar projeto-piloto de extração de canabidiol de cargas de maconha apreendida pela Polícia Federal (PF). A substância é indicada para o tratamento de várias doenças, como epilepsia e dores crônicas.
No mês passado, a universidade enviou representantes ao Ministério da Saúde, em Brasília, para apresentar o projeto para a produção a partir da droga recolhida das mãos do tráfico. Hoje, o canabidiol é importado a um custo estimado de R$ 300 milhões por ano.
Estudos apontam benefício para quem tem enfermidades como epilepsia, esquizofrenia, Parkinson, Alzheimer, autismo, dores crônicas, ansiedade, depressão e efeitos da quimioterapia. A compra desses remédios só pode ser feita com um tipo especial de receita.
Segundo o pró-reitor de Inovação e Relações Institucionais, Geraldo Pereira Jotz, cerca de cinco quilos devem ser solicitados à Justiça federal por meio da Procuradoria-Geral da UFRGS.
— Esse processo terá toda a orientação e acompanhamento da PF. E a partir daí vamos fazer os testes, descobrir quanto canabidiol podemos extrair e de qual qualidade — diz Jotz.
Os resultados serão apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que orientou a UFRGS a começar pelo projeto-piloto. A partir daí, pode ser dado o sinal verde para avançar no projeto.