O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) espera receber até o final da semana o resultado conclusivo de mais análises que possam indicar novos casos da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul.
As amostras de secreção coletadas de seis pacientes estão sendo examinadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Dessas seis, cinco já passaram por um sequenciamento genômico parcial em Porto Alegre, que indicou serem, possivelmente, a cepa originada na Índia. Duas pessoas residem em Gramado, duas em Sapucaia do Sul, uma em Esteio e a sexta em Canoas.
Os dois primeiros casos gaúchos da Delta, mais transmissível, foram confirmados na segunda-feira (19) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Ambos são moradores de Gramado – o recepcionista de um hotel da cidade, considerado o caso inicial, e um colega de trabalho dele. A esposa do recepcionista também teve covid-19 e é um dos casos que aguarda a definição sobre se tratar ou não de mais uma ocorrência da variante. Os três apresentaram sintomas leves da doença.
O Cevs recebe amostras coletadas para testes do tipo RT-PCR de todo o Rio Grande do Sul. Quando os exames têm resultado positivo para coronavírus e os pesquisadores consideram não se tratar da variante P1 ou Gama, que é a dominante no Estado e no Brasil, as amostras passam então por uma análise mais detalhada. Em média, cem amostras são observadas mais detidamente por semana.
O objetivo é continuar focando nessa estratégia, de acordo com Richard Steiner Salvato, especialista em Saúde do Cevs e integrante da Vigilância Genômica da instituição.
— Já expandimos as análises para todas as amostras positivas (para coronavírus) com carga viral mínima para os testes. A ideia é monitorar de perto para ver como a variante vai se comportar no Estado, nos próximos dias e semanas, e o quanto vai se disseminar, ver se está tomando espaço da P1 — explica Salvato.
Do ponto de vista da vigilância epidemiológica, são realizados o rastreamento de casos, a busca de contatos e a averiguação para isolamento domiciliar.
— Testamos também os contactantes. Foi assim que verificamos os contatos desse paciente de Gramado — acrescenta o especialista.