Os adolescentes brasileiros entre 12 e 17 anos, que poderão ser incluídos em breve no plano nacional de imunização contra a covid-19, não fazem parte da faixa etária mais vulnerável a complicações de saúde, mas as estatísticas nacionais indicam que também sofrem o impacto do coronavírus.
Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe, que inclui covid) demonstram que pelo menos 500 meninos e meninas morreram com diagnóstico confirmado para o vírus. Foram registrados 275 óbitos no ano passado e, até o final da primeira semana de maio, mais 225 casos. O mais recente boletim do Sivep-Gripe traz dados até 7 de junho, mas o tempo necessário para o processo de notificação pode fazer com que óbitos ocorridos antes disso ainda não tenham sido contabilizados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na manhã desta sexta-feira (11), que autorizou a indicação da vacina Cominarty, da Pfizer, a partir de 12 anos. Ela já tinha previsão para aplicação em maiores de 16 anos, mas o plano brasileiro ainda limita a vacinação a maiores de idade. Esse novo passo facilita a inclusão na campanha desse novo público-alvo — que também vem demandando atenção hospitalar.
Desde o começo da pandemia, foram notificadas ainda 4,4 mil internações de pessoas nessa faixa etária, indicando infecções com alguma gravidade. Dentro desse universo, 1,1 mil crianças e adolescentes ficaram em estado crítico a ponto de necessitar de cuidados em unidades de terapia intensiva (UTI). A vacinação é capaz de reduzir em larga escala formas mais graves da doença.
No Rio Grande do Sul, os dados indicam que houve 19 óbitos nessa faixa etária com exames conclusivos para covid-19, além de 187 internações em hospital, das quais 52 em UTI.