Iniciado há uma semana em Porto Alegre, o agendamento de vacinas contra a covid-19 já é realidade em outros municípios do Rio Grande do Sul. Em algumas localidades, é o principal método para a imunização. Ao menos três cidades da Região Metropolitana trabalham com a marcação de horário para a aplicação das doses em grupos contemplados no calendário vacinal.
GZH fez um levantamento junto a 11 cidades da região e identificou que Esteio, Novo Hamburgo e Sapucaia do Sul usam a estratégia desde o início do ano de forma universal. Já outros municípios fazem a marcação de horário apenas em casos pontuais, como Alvorada, que optou pelo agendamento da segunda dose da CoronaVac, ou Canoas, que agenda a imunização de industriários.
Em Sapucaia do Sul, o método é usado desde fevereiro, com capacidade de aplicação de até 2,4 mil doses por dia. O agendamento pode ser feito no site, presencialmente ou por meio do WhatsApp das unidades de saúde — esta última, a mais buscada (veja abaixo). Antes disso, a prefeitura chegou a fazer drive-thrus, mas o resultado não foi positivo:
— Antes de trabalharmos com agendamento, tivemos um drive-thru que foi a gota d'água. Algumas pessoas passaram a noite toda na fila. Nós começamos às 8h e, às 10h30, já não tinha mais vacinas. Porque não há um controle, você não sabe quantas pessoas vão responder. Mas no site, é possível determinar a quantidade de doses que você vai poder alcançar — relata Laércio Kerber, assessor superior da Secretaria Municipal de Saúde.
Entre as justificativas das prefeituras para adotarem o agendamento, está a facilidade de prever o número de pessoas que vão aos postos, evitando aglomerações. Assim, é possível oferecer somente o número de doses que efetivamente estarão disponíveis em determinado dia, fazendo com que quem vai se vacinar tenha a garantia de que receberá o imunizante.
— Tenho muita dificuldade de lidar com esse pensamento, essa fala de que "o brasileiro gosta de fila". Não é verdade. A gente precisa criar credibilidade. Nós consideramos que essa é uma forma que gerou muita satisfação, tranquilidade. Quem agendou tem a sua vacina garantida, não precisa correr, não precisa chegar mais cedo. Mesmo assim, tem pessoas que se arriscam e vão sem agendar, e, dependendo, a gente avalia se é possível — relata a secretária municipal de Saúde de Esteio, Ana Boll.
Em Esteio, o agendamento é feito desde janeiro somente para a primeira dose — no caso da segunda, o morador volta ao mesmo local onde tomou a primeira. Para não sobrecarregar os postos de saúde, a aplicação é feita no prédio central da secretaria, com capacidade de 500 doses ao dia, ou no Parque Assis Brasil, em dias específicos. O canal preferencial para a marcação é o site, mas quem tem dificuldade pode contatar a prefeitura.
Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, adota uma combinação de táticas: cerca de 70% das doses aplicadas até agora foram por meio de drive-thrus, e cerca de 30% por agendamento — que fica disponível alguns dias depois dos drives. Assim, é possível contemplar a maior parte do grupo em poucos dias e liberar em seguida nos postos de saúde para quem ainda precisa se vacinar.
A cidade adota a estratégia desde janeiro, com capacidade de vacinar até 1,3 mil pessoas por dia mediante agendamento, além de cerca de 5 mil por meio de drive-thru. A marcação é feita presencialmente ou por meio de ligações telefônicas para os postos de saúde.
— A gente não libera para demanda espontânea (nas unidades de saúde) porque não tem como controlar a aglomeração das pessoas. Assim, dá para seguir os protocolos sanitários e ter um ambiente mais seguro para funcionários e pacientes. A gente administra bem o agendamento porque faz junto com o drive-thru, então se torna mais prático — detalha o secretário municipal de Saúde de Novo Hamburgo, Naasom Luciano.
Ausência é inferior a 30%
Em Esteio, o percentual de pessoas que não compareceu na hora marcada desde o início do processo é de cerca de 0,5%. Conforme a prefeitura, parte da população chega a ligar para avisar que não poderá ir no dia.
Sapucaia do Sul soma um índice um pouco maior, mas, ainda assim, que não ultrapassa os 8%. Segundo o Executivo, há pessoas que marcam mais de um horário em lugares diferentes, com receio de ficar sem vacina — e isso faz com que o sistema marque uma falta, sendo que, na verdade, o morador foi imunizado.
Dentre as três cidades consultadas, Novo Hamburgo é a que registra o maior percentual de falta: cerca de 27% das pessoas que agendaram a vacina não compareceram às unidades no horário marcado, conforme levantamento entre fevereiro e maio. Para o secretário Naasom Luciano, o número é "aceitável", e a prefeitura mantém campanhas para incentivar a vacinação:
— E esse absenteísmo não é só com vacina. Se a gente for olhar as consultas médicas, a taxa também é próxima de 30%. São pessoas que recebem agendamento, a gente liga para confirmar a consulta e simplesmente não aparecem.
GZH questionou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) sobre o método de agendamento usado pelas prefeituras. Conforme a pasta, "adotar esta e outras estratégias de vacinação é uma decisão dos municípios e depende da logística local".
Xepa
Mesmo quando há ausência ao horário marcado, as cidades garantem não haver perda de doses. Em Novo Hamburgo, por exemplo, a prefeitura diz não haver a chamada xepa, que é a distribuição de doses que sobram ao fim do dia — as eventuais sobras, que "são raras", conforme o Executivo, são redistribuídas entre as unidades de saúde.
Em Sapucaia do Sul, todas as sobras são reunidas e aplicadas na sede da Vigilância Sanitária, onde há uma lista da xepa com nomes, CPFs e telefones. A lista é composta por integrantes de grupos prioritários que ainda não foram incluídos na vacinação — desta forma, a cidade vacinou profissionais da educação e da segurança, por exemplo.
A prefeitura de Esteio também distribui vacinas para a xepa, se necessário. No entanto, conforme a secretária Ana Boll, o objetivo é fazer com que haja cada vez menos doses remanescentes:
— A gente cada vez mais evita de acontecer a xepa. À medida em que as pessoas vão chegando ao local por meio de agendamento, a gente dá baixa na agenda virtual, então é possível ir organizando o saldo das doses.
Como agendar a vacina em Esteio (somente primeira dose)
Pelo site: https://minhaagendavirtual.com.br/esteio (canal preferencial)
Pelo telefone: (51) 3433-8400 (disponível para quem não consegue acessar a internet ou tem dificuldade)
Como agendar a vacina em Sapucaia do Sul (primeira e segunda dose)
Pelo site: https://minhaagendavirtual.com.br/sapucaiadosul
Presencialmente: nos postos de saúde
Pelo WhatsApp dos postos:
- ESF Bela Vista: (51) 9924-79546
- ESF Boa Vista: (51) 3453-5187
- ESF Capão da Cruz: (51) 3451-5782
- ESF Carioca: (51) 3452-2714
- ESF Cohab Casas: (51) 3474-2976
- ESF Colina Verde: (51) 3452-2167
- ESF Fortuna/Colonial: (51) 3451-6121
- ESF Freitas: (51) 3452-8664
- ESF Itapemirim: (51) 3452-3851
- ESFJD Jardim América: (51) 3474-4483
- ESF João de Barro: (51) 3450-3880
- ESF Natal 1 e 2: (51) 3453-5886
- ESF Oswaldo Cruz: (51) 3451-9186
- ESF Pasqualini: (51) 3453-5252
- ESF Primor: (51) 3451-5818
- ESF São José: (51) 3452-5636
- ESF Silva: (51) 3451-6300
- ESF Terra Nova: (51) 3453-5221
- ESF Vargas: (51) 3452-7305
- ESF Vila Alcina: (51) 3450-3640
- UBS Centro: (51) 3474-2921
- UBS Cohab Blocos: (51) 3450-2242
- UBS Greiss: (51) 3453-5235
- UBS Nova Sapucaia: (51) 3453-6070
Como agendar a vacina em Novo Hamburgo (primeira e segunda dose)
Presencialmente: nos postos de saúde
Por meio de ligação para os postos:
- UBS Canudos: (51) 3524-2279
- UBS Kunz: (51) 3595-3645
- UBS Liberdade: (51) 3587-7836
- UBS Primavera: (51) 3556-3136
- UBS Rincão: (51) 3595-7380
- UBS Santo Afonso: (51) 3587-3566
- USF Boa Saúde: (51) 3556-1649
- USF Getúlio Vargas: (51) 3525-0680
- USF Guarani: (51) 3527-3174
- USF Iguaçu: (51) 3524-7856
- USF Kephas: (51) 3583-1401
- USF Kraemer: (51) 3524-3874
- USF Família Kroeff: (51) 3582-8131
- USF Liberdade: (51) 3582-8724
- USF Lomba Grande: (51) 3596-1543
- USF Morada dos Eucaliptos: (51) 3524-7341
- USF Mundo Novo: (51) 2500-2672
- USF Palmeira: (51) 3107-4964
- USF Petrópolis: (51) 3066-4772
- USF Redentora: (51) 3583-1588
- USF Rondônia: (51) 3582-9916
- USF Roselândia: (51) 3527-8011
- USF São Jorge: (51) 3524-1913
- USF Rondônia II: (51) 3600-8361
- USF Operário: (51) 3279-8349
- Casa de Vacina: (51) 3595-1919