A vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório americano Moderna começou a ser utilizada nesta quarta-feira (7) no Reino Unido, ao mesmo tempo que aumentam as dúvidas sobre o fármaco da AstraZeneca, investigado por uma possível relação com casos de coágulos sanguíneos.
"A aplicação da vacina da Moderna começa hoje, por Carmarthen, em Gales. Nós encomendamos 17 milhões de doses que serão utilizadas em todo o Reino Unido nas próximas semanas", tuitou o primeiro-ministro Boris Johnson.
Duas vacinas, as desenvolvidas pela AstraZeneca/Oxford e pela Pfizer/BioNtech, foram utilizadas até o momento na campanha de vacinação iniciada em dezembro no país.
"Por favor, tomem a vacina assim que forem contactados", completou Johnson, no momento em que aumenta a inquietação a respeito do fármaco da AstraZeneca/Oxford devido à detecção de trombose entre uma pequena parte dos vacinados.
Até o momento, as autoridades de saúde e políticas britânicas defendem com veemência a vacina desenvolvida no Reino Unido. Mas surgiram dúvidas, sobretudo a respeito da vacinação dos mais jovens, quando a maioria das pessoas com mais de 50 anos já recebeu a primeira dose.
À espera de uma decisão da MHRA, a agência reguladora britânica, a Universidade de Oxford anunciou na terça-feira a suspensão dos testes em crianças da vacina contra a covid-19 que desenvolveu em parceria com o laboratório anglo-sueco.
Sete casos mortais de trombose foram registrados no Reino Unido, de um total de 30 casos identificados, informou no sábado a MHRA. O país aplicou mais de 18 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também está avaliando se a vacina está vinculada à formação dos raros coágulos de sangue. Como medida de precaução, vários países interromperam a aplicação do imunizante nas pessoas mais jovens.
A preocupação com o fármaco da AstraZeneca pode afetar a campanha de vacinação no Reino Unido, país mais afetado da Europa pela pandemia, com quase 127 mil mortos. Três em cada cinco adultos receberam a primeira dose da vacina e a meta do governo é alcançar todos até o fim de julho.
Maggie Wearmouth, membro do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI), sugeriu em entrevista ao Daily Telegraph que poderia ser prudente "desacelerar" a aplicação nos mais jovens "até que estejamos absolutamente seguros".