No andar térreo, ao lado do acesso aos elevadores – ponto de maior movimento do prédio do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) –, foi posicionada uma placa de acrílico com os nomes dos médicos gaúchos, que atuavam na linha de frente no combate à pandemia, e que faleceram após contraírem a covid-19.
A homenagem não foi oficialmente inaugurada, visto que a pandemia ainda não terminou, ressalta Marcelo Matias, presidente do Simers.
— Não temos perspectiva de fim da pandemia, não sabemos quando a população e os profissionais de saúde deixarão de ficar em perigo. Por isso, ele ainda não foi inaugurado. Caso novos óbitos aconteçam, vamos incluir os nomes neste painel para que eles sejam reconhecidos como os soldados que eles foram na guerra contra o coronavírus e para que eles não sejam esquecidos — explica Matias que afirma que, até agora, 20 médicos que atuavam no front morrem de coronavírus.
O presidente do Simers relata ainda que, com a chegada da vacina, o nível de proteção dos médicos e demais profissionais que atuam no setor da saúde "cresceu consideravelmente". Contudo, ele ponta que a alta demanda de pacientes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se tornou, praticamente, insustentável:
— É uma situação de impossibilidade humana dar conta de tantos pacientes. São muitos pacientes em UTIs e outros tanto em pronto-atendimentos no aguardo de cuidados. Está sendo um esforço enfrentar essa sobrecarga de trabalho.
Matias alerta ainda para outras patologias não diretamente relacionadas à pandemia, mas que podem vir a assolar a classe médica, como a ansiedade, a depressão e o estresse.
— Fechamos um ano de pandemia no Brasil. Esses profissionais médicos, enfermeiros, técnicos entre outros estão praticamente sem férias, sem descanso. Por isso, pedimos que a população olhe com carinho e repense sua conduta ao se expor em aglomerações sem necessidade. Se preservar é um gesto de respeito aos seus parentes, aos profissionais de saúde e crucial para deter o coronavírus — alerta.