O assessor especial do Ministério da Saúde Aírton Antônio Soligo, conhecido como Aírton Cascavel, afirmou nesta segunda-feira (8) que a Pfizer vai fazer um esforço para tentar antecipar a entrega ao Brasil do lote de 60 milhões de doses de sua vacina contra a covid-19 do quarto para o terceiro trimestre deste ano. Cascavel e o ministro da Economia, Paulo Guedes, falaram à imprensa nesta manhã após reunião de executivos da farmacêutica com o presidente Jair Bolsonaro e autoridades do governo federal.
Ambos buscaram minimizar os efeitos negativos das seguidas recusas do Planalto a propostas anteriores da Pfizer sobre o ritmo da vacinação no país.
— Se nós tivéssemos assinado o contrato, que não era permitido por causa das cláusulas, nós só teríamos 500 mil em janeiro, 500 mil em fevereiro e 1 milhão (de doses) em março — sustentou Cascavel. — Ou seja, de tudo aquilo das propostas anteriores, foi 2 milhões a menos, que estão incorporados em maio, agora.
O assessor especial da pasta da Saúde defendeu que o governo federal "apostou certo" nas vacinas da AstraZeneca e na CoronaVac, do Instituto Butantan. Ele admitiu que a entrega e a produção de doses da AstraZeneca demoraram a engrenar.
— Mas, a partir de agora, o Brasil produzirá 1 milhão de doses por dia nos próximos 60 dias e, a partir de maio, passam a ser, no mínimo, 1,5 milhões de doses por dia — disse.
Cascavel relatou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está produzindo 400 mil doses por dia da vacina da AstraZeneca e o Butantan 660 mil doses diárias da Coronavac.
— Nos próximos 30 dias, teremos a AstraZeneca entregando quase 20 milhões de doses e, lá (na companhia), temos um total de 260 milhões de doses (contratadas) — apontou.
De acordo com o assessor, a Pfizer garantiu hoje a Bolsonaro que 5 milhões de doses antes prometidas apenas para o segundo semestre foram antecipadas e serão acrescidas aos 2 milhões já previstos para maio e 7 milhões de junho. Para o terceiro trimestre, o cronograma atual é de 10 milhões de doses por mês, chegando ao total de 99 milhões de doses em 2021 com os 60 milhões previstos para outubro, novembro e dezembro, mas que a farmacêutica tentará antecipar.
O assessor do ministro Eduardo Pazuello reafirmou que o governo federal busca fechar contrato de 30 milhões de doses com a Janssen. Bolsonaro terá reunião ainda nesta segunda-feira com executivos desse laboratório, segundo informou Guedes.