Vinte e cinco das 27 capitais do país apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 iguais ou superiores a 80%. A situação é especialmente grave em 16 capitais, entre elas Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde os porcentuais ultrapassam os 90%. As informações fazem parte de mais um boletim extraordinário do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado no fim da tarde desta terça-feira (9). Os especialistas da instituição alertaram para a gravidade da situação e para a necessidade de adoção de medidas de restrição de circulação mais rigorosas.
"Considerando o quadro atual e a situação extremamente crítica no que se refere às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19, que apontam para a sobrecarga e mesmo colapso de sistemas de saúde, os pesquisadores reforçam a necessidade de se ampliar e fortalecer as medidas não-farmacológicas, envolvendo distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos", aponta o texto do boletim. "Nos municípios e estados que já se encontram próximos ou em situação de colapso, a análise destaca a necessidade de adoção de medidas de supressão mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais."
A situação é de colapso total no sistema de saúde em Campo Grande (106%), Porto Alegre (102%) e Porto Velho (100%). Outras capitais à beira do colapso são: Rio Branco (99%), Macapá (90%), Palmas (95%), São Luis (94%), Teresina (98%), Fortaleza (96%), Natal (96%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (96%), Florianópolis (97%), Cuiabá (96%), Goiânia (98%) e Brasília (97%). Em São Paulo a ocupação é de 82%. Apenas duas capitais têm índices de ocupação das UTIs abaixo de 80%: Belém (75%) e Maceió (73%).
As taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (em vermelho nos mapas), quando são iguais ou superiores a 80%; em zona de alerta intermediário (em amarelo), quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%; e fora de zona de alerta (em verde), quando inferiores a 60%.
Os últimos dados foram aferidos na segunda-feira (8).