A ocupação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) por coronavírus de Porto Alegre dá sinais de entrar em um movimento de piora. Neste sábado (6), o uso dos leitos entrou no quarto dia seguido de crescimento na média móvel, um indicador que olha para o cenário da semana, e não apenas de um único dia. É necessário mais tempo para confirmar se há, de fato, uma tendência de maior pressão sobre os hospitais.
Das 811 vagas em UTIs da capital gaúcha, a última semana teve uma média de uso de 272 leitos por dia por pacientes em situação grave. O número deste sábado é 5,5% maior do que o registrado no sábado passado. Na sexta-feira (5), a piora foi de 4,7% frente à sexta-feira anterior.
O Hospital Moinhos de Vento está com as UTIs lotadas, segundo o painel da prefeitura abastecido pelas próprias instituições. Os hospitais Mãe de Deus e Independência indicavam, também, 100% de lotação, mas os dados não haviam sido atualizados neste sábado. O Hospital Pronto-Socorro também não informa os números mais recentes.
Como está o cenário das UTIs em Porto Alegre?
Após sucessivas expansões na capacidade hospitalar, Porto Alegre apresenta 85,6% das UTIs ocupadas neste sábado. Dos 811 leitos, 683 estão em uso, sendo 276 pacientes confirmados para coronavírus e 27 suspeitos.
As estatísticas mostram que janeiro, no geral, apresentou uma tendência de redução no uso dos leitos intensivos por pacientes com covid-19. A cada semana, a média de ocupação era menor do que na semana anterior.
No entanto, fevereiro passou a apresentar um aumento na média móvel, o indicador calculado com base em dados de sete dias. Um crescimento em um dia, portanto, reflete uma deterioração da última semana.
Neste sábado, a média móvel de 272 pacientes com covid-19 em UTIs ao longo da última semana é igual ao registrado em 23 de janeiro. No entanto, no fim do mês anterior, a ocupação não apresentava tendência de piora como agora.
Analistas apontam que Porto Alegre parece não ter sofrido, como outros Estados, o impacto das festas de Natal e Ano-Novo, o que pode ter sido influenciado pela migração de porto-alegrenses para o Litoral Norte. Há preocupação sobre um possível aumento após o fim das férias.