A Merck, empresa que produz a ivermectina, afirmou em comunicado, divulgado nesta quinta-feira (4), que o medicamento não possui "nenhuma evidência significativa" para proteger ou curar pessoas com coronavírus.
De baixo custo, a ivermectina é produzida para uso veterinário e humano, usada contra parasitas, como sarna, oncocercose e piolhos. O uso do produto como tratamento precoce para a covid-19 foi defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que já havia promovido a hidroxicloroquina — que também não tem eficiência comprovada contra coronavírus.
Conforme o anúncio da empresa, os cientistas da companhia seguem examinando "cuidadosamente as descobertas de todos os estudos disponíveis e emergentes de ivermectina para o tratamento de covid-19 para evidências de eficácia e segurança".
Nesse sentido, a instituição afirma que é importante observar que a análise, até o momento, não indicou "nenhuma base científica para um efeito terapêutico potencial contra covid-19 de estudos pré-clínicos". Também não há "nenhuma evidência significativa para atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes" com a doença.
Além disso, a Merk destacou a "preocupante falta de dados de segurança na maioria dos estudos".
"Não acreditamos que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora", diz o texto.
A Merck destaca que, há 130 anos, busca oferecer "medicamentos e vacinas para muitas das doenças mais desafiadoras do mundo" em busca de "missão de salvar e melhorar vidas".
"Demonstramos nosso compromisso com a saúde dos pacientes e da população, aumentando o acesso aos cuidados de saúde por meio de políticas, programas e parcerias de longo alcance. Hoje, a Merck continua na vanguarda da pesquisa para prevenir e tratar doenças que ameaçam pessoas e animais — incluindo câncer, doenças infecciosas como HIV e Ebola e doenças animais emergentes — já que aspiramos ser a principal empresa biofarmacêutica de pesquisa intensiva no mundo", diz o texto.