Em sua transmissão ao vivo semanal nas redes sociais, o presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para falar sobre questões relacionadas ao colapso do sistema hospitalar em Manaus. Segundo Pazuello, pelo menos seis aviões serão enviados com estrutura, equipamentos, insumos e medicamentos para a cidade.
— Tem duas grandes faltas: recursos humanos e oxigênio. A produção de oxigênio da White Martins se manteve no limite, mas a procura aumentou seis vezes. Nós temos 75 mil metros cúbicos de demanda diária na Capital e 15 mil metros cúbicos de demanda no Interior. A segunda aeronave está entrando em circuito, fazendo o deslocamento Guarulhos-Manaus. Amanhã entram mais duas. Chegaremos a seis, totalizando em torno de 30 mil metros cúbicos de oxigênio partindo de Guarulhos. Temos deslocamento terrestre, saindo de Porto Velho, e de balsa, saindo de Belém — declarou.
Mais cedo, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) havia afirmado que o governo do Brasil iria pedir apoio à Força Aérea norte-americana, devido à falta de aviões com capacidade de enviar cilindros de oxigênio.
Pazuello também criticou a falta de atenção ao suposto "tratamento precoce", que é como o governo federal chama a administração de hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina para pacientes com coronavírus. Nenhuma das medicações tem eficácia comprovada contra a doença.
— Nós estamos vivendo o segundo ciclo sazonal. Estamos novamente no período chuvoso no Amazonas, a umidade fica muito alta e você começa a ter complicações respiratórias. Esse é um fator. O outro fator: Manaus não teve a efetiva ação no tratamento precoce com diagnósticos clínicos, no tratamento básico. Isso impactou muito a gravidade da doença. Por outro lado, a infraestrutura hospitalar é bastante reduzida em termos de percentual, é um dos menores do país. Se juntar esses dois fatores e colocar o clima, você vai ter uma grande procura por estrutura e tratamento especializado — afirmou Pazuello.
O ministro da Saúde também ponderou sobre o "custo logístico" de manter a capital amazonense.
— Manaus é uma ilha, no meio da floresta amazônica. São três horas de voo de Brasília. É um desafio logístico de manter uma cidade no meio da Amazônia. Na sua posição estratégica, é uma preciosidade, mas há um custo para isso. Há um custo logístico, um custo humano das pessoas que lá vivem. Qualquer coisa que você precise, é só de avião ou dias em um barco, até chegar a Belém — afirmou, declarando depois que o governo dará apoio "fluvial, aéreo e terrestre" à capital amazonense.