Aviões da Força Aérea dos Estados Unidos poderão auxiliar no transporte de cilindros de oxigênio no Amazonas, onde houve uma explosão de casos de covid-19. Segundo o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), o governo brasileiro pediu à Embaixada dos Estados Unidos que disponibilize as aeronaves.
— Tem lugar que tem oxigênio, mas não tem uma aeronave que transporte oxigênio em cilindro. O único que tem (capacidade para transportar os cilindros) entrou em pane e está em manutenção — disse Ramos. — Já falei hoje com o ministro (Relações Exteriores) Ernesto Araújo e estamos tentando, junto à Embaixada, a liberação de um avião da Força Aérea norte-americana, um Galaxy, para levar o oxigênio — completou.
Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos disse, por meio de sua assessoria, que está ciente do pedido e que está em contato com as autoridades brasileiras para tratar do assunto.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo nesta quinta-feira, 14, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relato de uma médica da unidade ao Estadão. A profissional não quis de identificar.
À Folha de S. Paulo, o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana relatou que a falta de oxigênio para tratamento dos pacientes é generalizada na rede hospitalar manauara.
"Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque. Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar", disse o pesquisador ao jornal.
Mais cedo, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Manaus David Almeida (Avante) alertou que o colapso do sistema de saúde da capital amazonense pode se repetir em outros locais do Brasil.
— (Essa situação) Vai acontecer em todo o restante do Brasil se a população não se conscientizar. Não temos como combatê-los com as armas que temos ainda. O que a ciência preconiza: a higiene, o distanciamento. Tudo isso faz com que diminuamos a incidência. Se o resto do Brasil não tomar medidas, certamente a proliferação do vírus vai impactar no sistema de saúde.