A Secretaria Estadual da Saúde (SES) está desenvolvendo uma plataforma para monitorar o avanço da campanha de vacinação contra a covid-19 no Rio Grande do Sul em que será possível consultar o número de aplicações por município em tempo real e as principais características de quem já foi imunizado.
Ainda não foi definida uma data exata para o lançamento da ferramenta. O sistema “puxará” os dados referentes ao Estado de um sistema informatizado do Ministério da Saúde que costuma ser utilizado para o registro das doses aplicadas em campanhas nacionais de imunização — o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
Porém, o mecanismo federal estaria apresentando instabilidades na plataforma específica criada para a covid-19 dentro desse ambiente. O prazo para isso ser resolvido é um dos principais empecilhos à previsão de lançamento da versão gaúcha do "vacinômetro".
— Nem sempre os aplicadores estão conseguindo inserir as informações diretamente no sistema. Nesse caso, os dados são colocados em planilhas, que depois vão abastecer a ferramenta. Mas deveremos ter todos os dados retrospectivamente — afirma a chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS), Tani Ranieri.
Deve funcionar da seguinte forma: a cada vacinação feita, o aplicador digita as informações sobre quem recebeu a injeção no sistema informatizado federal. Municípios ou Estados podem acessar esse banco de dados e criar vacinômetros próprios com recortes regionais. A intenção da SES é desenvolver uma plataforma semelhante à criada para monitorar casos e óbitos de coronavírus, com diferentes possibilidades de cruzamento de dados locais.
— Queremos fornecer o maior detalhamento possível, como cidade, grupo (de prioridade), faixa etária e gênero de quem já foi vacinado. Poderemos fazer análises, ver se estamos atingindo as metas e, com base nisso, lançar estratégias de ampliação da cobertura vacinal — afirma Tani.
Mesmo que o Ministério da Saúde desenvolva um painel nacional — o que está previsto —, o Rio Grande do Sul deverá manter a sua própria ferramenta — a exemplo do que ocorre com as plataformas destinadas a monitorar casos e óbitos por coronavírus. Embora existam dados por Estado no site federal, o governo gaúcho tem um site próprio com informações mais minuciosas sobre a situação regional.
Se o sistema federal seguir apresentando problemas, porém, poderá ser necessário optar por uma solução alternativa a ser desenvolvida. Nesse caso, é possível que o painel de monitoramento seja menos detalhado. Os gaúchos começaram a vacinação no domingo (17), com previsão de que 162 mil pessoas de grupos prioritários sejam atendidos inicialmente.
Procurado por GZH, o Ministério da Saúde se manifestou por meio de nota. A pasta informa que "usuários devidamente cadastrados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (Novo SI-PNI - online) já estão efetuando os registros da vacinação contra a Covid-19. Os dados de doses aplicadas e coberturas vacinais serão disponibilizados no LocalizaSUS (plataforma de dados). O sistema está em fase de conclusão e deve entrar no ar nos próximos dias. Os registros das doses aplicadas devem ser realizados no SI-PNI ou em um sistema próprio que interopere com ele, por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)".
Como deverá funcionar o “vacinômetro” estadual
- Nos municípios, ao injetar a dose da vacina, o aplicador coleta informações como nome, idade, gênero e outras características da pessoa que recebeu o imunizante
- Essas informações são digitadas via internet no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) — ferramenta lançada em 2010 pelo Ministério da Saúde para monitorar o andamento de campanhas de imunização no país
- Como o sistema vem apresentando instabilidades, o aplicador pode anotar os dados em planilha para inserir as informações posteriormente
- A Secretaria Estadual da Saúde (SES) está montando uma plataforma que vai “puxar” os dados do sistema nacional referentes ao Rio Grande do Sul e apresentá-los com o maior grau de detalhamento possível (faixa etária, gênero, cidade etc) sem identificar quem recebeu a dose
- Outros níveis de governo, como prefeituras, também podem montar sistemas próprios de divulgação com base na ferramenta do programa nacional