O laboratório chinês Sinovac Biotech anunciou, nesta segunda-feira (7), que conseguiu um financiamento de US$ 515 milhões para produzir a vacina contra covid-19, a CoronaVac, uma das mais avançadas a nível mundial e em fase de testes no Brasil.
O investimento é do grupo chinês Sino Biopharmaceutical, que tem cotação na Bolsa de Hong Kong. Com isso, a Sinovac pretende dobrar a produção e chegar a 600 milhões de doses até o fim do ano. Ao mesmo tempo, a Sino Biopharmaceutical receberá 15% do capital de uma filial da Sinovac, a Sinovac Life Sciences.
A CoronaVac está na fase 3 de testes clínicos em vários países, como o Brasil, e a agência reguladora chinesa ainda não autorizou a comercialização.
O produto "alcançou uma etapa muito importante nos testes clínicos na Ásia e na América Latina", afirmou o presidente da Sinovac, Yin Weidong, em um comunicado.
Pequim começou a administrar vacinas em alguns grupos prioritários da população, como profissionais da saúde, diplomatas, trabalhadores e estudantes que têm mudanças programadas para o exterior.
Testes no Brasil
No Brasil, estudo com a vacina chinesa é conduzido pelo Instituto Butantan. Nesse estudo, a primeira análise sobre a eficácia do imunizante precisa ter 61 participantes infectados para que os dados sejam abertos — com a alta nos contágios no país, é possível que essas infecções ocorram mais rapidamente.
É preciso atingir um número pré-determinado de infectados para que a análise interina da eficácia possa ser divulgada. Essas informações ficam sob responsabilidade de um comitê internacional, que faz um acompanhamento independente da pesquisa. Cabe a ele notificar o Butantan quando forem atingidos os 61 casos e também avaliar se os dados preliminares serão divulgados.
Posteriormente, quando houver o registro de 151 casos confirmados dentro do universo dos mais de 10 mil incluídos na pesquisa, o estudo é aberto para identificar quem tomou a vacina e quem tomou o placebo. Se a maioria dos infectados estiver no grupo placebo, a eficácia da vacina pode ser comprovada. A partir desses resultados, há o encaminhamento para aprovação do imunizante junto aos órgãos competentes, no caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa informou, em setembro, que poderá dar o aval para uma vacina que atinja 50% de eficácia, aos moldes do que já havia definido o Food and Drug Administration (FDA), órgão similar dos Estados Unidos.