O Instituto Butantan, que produz a vacina CoronaVac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, encaminhou na quarta-feira (16) uma proposta para fornecimento das doses ao Ministério da Saúde brasileiro a partir de janeiro de 2021. A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira (17).
A proposta foi feita no mesmo dia em que o Ministério da Saúde anunciou o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19. O documento apresenta mais detalhes dos grupos prioritários, vacinas na mira do governo federal, entre elas a CoronaVac, e a operacionalização de imunização e logística.
— Estamos no meio de uma crise sanitária, não podemos esperar. Ontem o governo fez os acenos da inclusão da vacina do Butantan, isso é interessante, mas sequer recebemos a data de início do programa. Dessa forma, não podemos esperar. Esperar que ainda tenha pessoas morrendo e tendo uma sobrecarga no nosso sistema de saúde, principalmente pela população vulnerável — afirmou Gorinchteyn.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que, se o Instituto Butantan entregar os resultados da fase 3 e as documentações das etapas 1 e 2 em dezembro, a Anvisa deve fazer a análise em janeiro para ter os registros em meados de fevereiro. No plano de vacinação da pasta não é informado o número de doses que poderão ser compradas nem prazo de entrega do material.
Segundo Gorinchteyn, os resultados sobre a eficácia da CoronaVac devem ser entregues até semana que vem à Anvisa. Além disso, o governo de SP vai enviar o material à agência reguladora da China para que a vacina possa ser autorizada de forma definitiva, mesmo sem o aval da agência brasileira. O governo federal afirma que as doses devem chegar aos Estados e ao Distrito Federal em até cinco dias após a permissão da Anvisa e a entrega do produto no complexo de armazenamento do Ministério da Saúde.
— Vivemos uma situação nova. Precisamos de uma força tarefa da própria Anvisa para que receba esse material e possa acelerar os resultados para que a gente possa, em breve, efetivar essa imunização. Segundo o ministro, a partir do momento que receber, em até 10 dias daria o parecer. É isso que precisamos: celeridade. Se ela (autorização) não vier por aqui, nós temos o nosso envio para o órgão regulador na China. Chegando essa liberação, aqui, em 72 horas haveria a liberação — enfatizou o secretário.