Cada vez mais perto da aprovação de uma vacina contra a covid-19, o Brasil e os Estados se organizam para a vacinação dos grupos abrangidos pelo Plano Nacional de Vacinação. Muito embora não se tenha uma definição sobre qual imunizante será licenciado primeiro, a expectativa do governo gaúcho é de contar com as doses fornecidas pelo Ministério da Saúde.
Em entrevista ao repórter Josmar Leite, da RBS TV, na manhã desta sexta-feira (4), a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, reforçou que o Estado está se programando para ter as doses oferecidas pelo governo federal.
— A posição do Rio Grande do Sul é deixar a coordenação da compra pelo governo federal, pois todas as demais vacinas colocadas à disposição são de responsabilidade dele. Então, ainda não definimos uma possível compra, pois estamos apostando que o Ministério fará, sim, a colocação do imunizante para todos os Estados brasileiros.
Caso o Ministério não adquira os imunizantes da parceria entre a chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, Arita disse que a compra seria tratada como “um plano B” muito bem avaliado antes do investimento.
— Mas para isso (a compra), dependemos de disponibilidade orçamentária. Todos sabem que está tramitando na Assembleia um projeto de lei sobre alíquotas do ICMS. Se não tivermos essa perspectiva, o Estado também terá dificuldade financeira para fazer a compra de vacinas. Não só a do Butantan, mas as outras que já estão em fase adiantada — afirmou.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, nesta sexta, que a pasta está finalizando a Ata de Registro para a aquisição de insumos para a campanha de imunização. Conforme o comunicado, serão adquiridas 10 milhões de seringas com especificações para aplicação intramuscular em adultos. “O RS tem 4,2 milhões em estoque. Como o Estado prevê vacinar em torno de 5 milhões de pessoas, o excedente ficará para rotina. Além disso, serão repassados insumos pelo Ministério da Saúde específicos para a campanha Covid 19”, disse o texto.
Na entrevista à RBS TV, a secretária também falou que não será possível imunizar todos os gaúchos.
— Gostaríamos que a vacina chegasse a toda a população, mas tomando como referência as doses da gripe, tem grupos prioritários, pois não temos a perspectiva de que vá ter disponibilidade de imunizantes. O mundo inteiro está buscando eles.
No Plano Nacional de Vacinação desenhado pelo governo federal, a primeira fase da vacinação será destinada aos trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência e população indígena. Outras faixas etárias acima dos 60 e pessoas com comorbidades devem receber as doses na segunda e na terceira fase. A última etapa deve privilegiar professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.