A campanha de vacinação contra a covid-19 começará nesta terça-feira (29) na Argentina. Após a chegada das primeiras 300 mil doses da vacina russa Sputnik V à Argentina, o país se prepara para a implementação de um grande plano de imunização nacional — que é, de acordo com o jornal Clarín, o maior da história.
A partir desta primeira remessa, a província de Buenos Aires receberá 123 mil doses, por ser a mais populosa. Espera-se que, até março, 10 milhões de pessoas sejam vacinadas na Argentina, informa o jornal Clarín, com a distribuição de 20 milhões de doses entre janeiro e fevereiro (o esquema de aplicação da Sputnik é de duas doses). A partir de março, o país contará ainda com mais 22 milhões de doses da vacina de Oxford e outras 9 milhões pela coalizão Covax.
A vacinação será coordenada pelo setor público, com coordenação que inclui o setor privado e a seguridade social. A aplicação será feita em etapas e sem interrupção nas províncias. Em Buenos Aires, as primeiras doses estarão disponíveis em 37 hospitais, sendo 17 do sistema público de saúde argentino e 20 privados ou dependentes de outras jurisdições.
Quem receberá a vacina, segundo o plano?
Adultos entre 18 e 59 anos pertencentes a uma população de risco que inclui pessoas com diagnóstico de: diabetes, obesidade grau 2 e grau 3, doença cardiovascular, respiratória crônica ou renal. Profissionais de saúde também estão inclusos. Além disso, pessoas com mais de 60 anos, pessoas que residem em lares para idosos, pessoal estratégico, trabalhadores de educação e forças provinciais e nacionais.
Quem tem prioridade a partir da primeira remessa?
Por ordem, o pessoal de saúde receberá a vacina primeiro. Em seguida, as forças de segurança provinciais, depois os maiores de 60 anos, os grupos de risco e os professores, progressivamente.
A aplicação das doses será desenvolvida em duas etapas, com intervalo mínimo de três semanas. Após a primeira dose, será emitida carteira de vacinação com lembrete para o tratamento da segunda etapa, além do monitoramento dos possíveis efeitos adversos.
A vacina Sputnik V é armazenada a -18°C e deve ser descongelada em temperatura ambiente por sete minutos (pode variar dependendo das condições climáticas). Depois, ela tem validade por cerca de 30 minutos. Se o limite de tempo for excedido, o imunizante deve ser descartado. Por estes motivos, é recomendável reunir grupos de cinco pessoas antes de proceder à inoculação.
Alguns possíveis efeitos pós-vacina
- dor, inchaço ou vermelhidão na área onde a injeção foi aplicada;
- febre leve;
- calafrios;
- cansaço;
- dor de cabeça;
- dores musculares e articulares;
- alergia a qualquer um dos componentes da vacina.
Contraindicações
A primeira dose não é recomendada para pessoas com histórico de reações alérgicas graves, hipersensibilidade aos componentes da vacina, doenças agudas ou exacerbação de patologias crônicas que impliquem em comprometimento da saúde geral. Nem em menores de 18 anos. Isso porque ainda não existem estudos que garantam a segurança ou eficácia na gravidez e na lactação.
Já a segunda dose não é indicada para complicações pós-vacinais graves devido à injeção do componente 1 da vacina, choque anafilático, reações alérgicas generalizadas e graves, síndrome convulsiva e febre acima de 40°C.
Em caso de contato próximo com caso confirmado de coronavírus, recomenda-se adiar a vacinação até o final do período de isolamento. Se o paciente estiver sendo tratado com plasma convalescente, deve ser adiado por 90 dias. Na presença de uma infecção aguda por sars-cov-2, ela deve ser adiada até a recuperação (em pacientes sintomáticos) e até que os critérios para interromper o isolamento sejam atendidos.
Mais doses
Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde argentino, Ginés González García, assegurou ainda que o governo pretende comprar mais 20 milhões de doses de vacinas com o objetivo de chegar ao final do ano com 90% da população argentina vacinada, informa o jornal La Nacion.