O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (2) que o Estado submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a documentação disponível e necessária para aprovação da vacina chinesa Coronavac contra o coronavírus, que no Brasil é desenvolvida pelo Instituto Butantan e testada em seis Estados. No RS, a parceria é com o Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre.
— O objetivo é tornar o mais rápido possível, dentro das normas científicas e do protocolo da Anvisa, o processo de registro da Coronavac, uma das vacinas mais promissoras na sua última etapa de testagem em todo o mundo — afirmou o governador, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo na capital paulista.
Segundo Doria, a aprovação da vacina "não pode ter atraso". De acordo com previsão realizada pelo governador nesta semana, a vacinação contra a covid-19 pode começar a partir de 15 de dezembro.
A Coronavac é a segunda vacina a ser encaminhada à Anvisa. Na quinta-feira (2), a agência anunciou que recebeu o primeiro pedido de registro de uma vacina contra o coronavírus. A candidata é a imunização desenvolvida empresa AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford.
Porto Alegre e Santa Maria participam dos testes da vacina de Oxford. Pelo menos 2 mil voluntários gaúchos são esperados para integrar a pesquisa que avalia a eficácia da vacina contra o coronavírus, aplicada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e no Hospital Universitário de Santa Maria.
Resultados positivos
Os resultados das duas primeiras etapas de estudos clínicos da Coronavac com milhares de voluntários na China e no Brasil foram considerados positivos. Na documentação enviada à Anvisa estão os relatórios de eficácia e segurança obtidos até o momento em testes não-clínicos (feitos em laboratório ou em animais antes da testagem em humanos).
De acordo com o Butantan, a expectativa é que os voluntários sejam todos vacinados ainda em outubro, com imediato pedido de aprovação emergencial da Coronavac se a vacina for bem-sucedida. A meta é iniciar a campanha de vacinação contra o coronavírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde.
Doria já anunciou que São Paulo deve receber, ainda em outubro, 5 milhões de doses do imunizante. Até dezembro, estimou o governador, devem ser 46 milhões de doses.