A redução de indicadores ligados à covid-19 fez com que hospitais de Porto Alegre começassem a desativar, em setembro, leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) exclusivos para pacientes com coronavírus.
Desde o início da pandemia, foram criadas, na Capital, 280 vagas em UTIs. Dessas, 32 foram desativadas ou remanejadas para outros procedimentos:
12 na Santa Casa e 20 no Hospital de Clínicas. Ou seja, 11,42% dos leitos exclusivos.
Durante a pandemia, a capital gaúcha chegou a ter 850 leitos de UTI. Antes, eram 570. Os primeiros leitos foram inaugurados em 19 de março, no Hospital Conceição. Mas nem todos serão desativados quando a situação se normalizar, 88 ficarão de herança aos hospitais: 20 no Hospital Vila Nova, 16 no Conceição e 52 no Clínicas.
Doutor em Epidemiologia, Paulo Petry classifica como “altamente positiva” a desativação dos leitos, ao lembrar que isso só ocorre por melhora de indicadores da pandemia.
— A grande notícia é que nenhum paciente deixou de ser atendimento em Porto Alegre por falta de leitos ou falta de equipes — acrescenta.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a desmobilização de estruturas dedicadas exclusivamente à covid-19 ocorre devido ao cenário epidemiológico do município.
Um dos exemplos de melhora de indicadores que permitiram a desativação de leitos de UTI é a própria queda de internação de pacientes graves com a doença. O pico de internações foi registrado nos dias 2 e 4 de setembro, quando 347 pacientes recebiam atendimento. De lá para cá, os números seguem caindo. A redução chega a 23% se comparado aos 266 pacientes internados nesta quinta-feira (1), menor quantidade desde 18 de julho, quando eram 264.
Em relação a casos confirmados por dia, a curva segue descendente. O recorde de novos infectados foi em 9 de setembro, com 685. Na quarta-feira (30), dado mais atualizado, foram 609. O mesmo se observa com o número de óbitos. O pico foi registrado em 24 de agosto, com 19 registros. Na quarta, foram seis.