De acordo com a definição da Federação Mundial de Musicoterapia (WFMT, na sigla em inglês), a musicoterapia é o uso profissional da música e de seus elementos como uma intervenção em ambientes médicos e educacionais, entre outros. Pode ser promovida em sessões individuais ou em grupos e tem o objetivo de otimizar a qualidade de vida e melhorar condições físicas, sociais, comunicativas, emocionais, de saúde e o bem-estar intelectual e espiritual.
Conceitos
O exercício da musicoterapia é baseado em padrões profissionais, definidos pela WFMT, de pesquisa, prática, educação e treinamento clínico, que dependem dos contextos culturais, sociais e políticos. A música e seus elementos, como som, melodia, ritmo etc., são empregados como um facilitador de processos terapêuticos que auxiliam, por exemplo, no tratamento de diversos transtornos, na socialização, na livre expressão e na organização pessoal, em termos emocionais, cognitivos, físicos e mentais.
Quem pode ministrar sessões?
A musicoterapia é competência do musicoterapeuta. Somente os profissionais com formação na área podem realizar atendimentos. O presidente da Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul (AMT-RS), Günter Otto Kasinger, explica que a música pode ser utilizada por outros profissionais como um recurso para ajudar na interação ou na distração de determinada demanda, mas alerta que o tratamento deve ser realizado por um profissional com formação específica.
— Como uma forma de tratamento ou terapia, é competência do musicoterapeuta, o qual possui técnicas, métodos e abordagens próprias e individualizadas para cada cliente a ser atendido — salienta.
Formação
Um musicoterapeuta habilitado deve ter bacharelado em Musicoterapia – ou especialização para aqueles que já possuem formação em música e na área da saúde. Durante a graduação, o profissional precisa construir e se apropriar de conhecimentos que envolvem as áreas da música, da saúde e da neurociência.
Como são as sessões?
O atendimento varia conforme a demanda expressa pelo paciente. Mas, para exemplificação, são utilizados métodos e técnicas, entre os quais compor, cantar, improvisar e ressignificar canções. Não é necessário ter qualquer conhecimento em música para procurar atendimento musicoterápico. Gostar de música é mais do que suficiente.
Benefícios
Ajuda na melhora da qualidade de vida preservando, promovendo, potencializando, desenvolvendo ou recuperando funções físicas, emocionais e psicossociais do paciente, por meio da sua dimensão musical. Segundo Kasinger, há muitos casos de utilização da musicoterapia para recuperação de movimentos e, no caso dos idosos, no auxílio à recuperação e à atenuação de sintomas de demências, AVC, Parkinson, entre outras doenças. Também pode auxiliar nos casos de transtornos do desenvolvimento, como autismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), entre outros, abrindo canais de comunicação nas suas interações.
Musicoterapia e psicoterapia
Uma área não substitui a outra. São duas competências que têm suas especificidades, mas que podem ser complementares, como parte de um trabalho multidisciplinar que pode trazer ainda mais ganhos para os pacientes. Kasinger afirma que pesquisas científicas comprovam a afinidade da musicoterapia com outras áreas da saúde, podendo contribuir, aprender e somar.
Para quem é indicado?
De maneira geral, quase todos podem se beneficiar da musicoterapia, com exceção de pessoas que sofrem de uma rara patologia chamada de epilepsia musicogênica – que são crises epilépticas desencadeadas por estímulos musicais.
Para saber mais
Entre 29 e 31 de outubro, será realizado o XII Fórum e II Seminário de Musicoterapia da AMT-RS. Mais informações sobre as atividades podem ser obtidas pelo site da entidade, pelo telefone/WhatsApp (51) 92000-8357 ou pelo e-mail amtrs@amt-rs.com.br.