Porto Alegre tinha nesta quarta-feira (12), até as 21h, 339 doentes de covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). É o maior número desde o início da pandemia. De 3 a 10 de agosto, o crescimento desse tipo de internação voltou a acelerar na comparação com a semana imediatamente anterior. O aumento foi de 6,6% - entre 27 de julho e 3 de agosto, o aumento no número de internações tinha ficado em 2,9%.
Em relação à ocupação geral das UTIs, incluindo internações por outros motivos além do coronavírus, a taxa está em 89,12%. São 721 pacientes para 823 leitos. Oito hospitais (Conceição, Moinhos de Vento, Mãe de Deus, Divina Providência, Porto Alegre, Cristo Redentor, Vila Nova e Restinga) estão com 90% ou mais de ocupação.
Para Alexandre Zavascki, professor de Infectologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), essa redução na velocidade do crescimento foi pontual e não significa estarmos chegando em uma estabilidade:
— Isso não indica, em absoluto, o controle da pandemia para permitir fazer essas aberturas que foram feitas recentemente, tanto em Porto Alegre quanto no Rio Grande do Sul.
Zavascki classifica o cenário futuro como “extremamente preocupante”:
— Nós estamos chegando próximo à capacidade máxima operacional de leitos da cidade. E isso já com expansões que aconteceram nesses últimos tempos. E nós temos uma previsão de que, com essa abertura do comércio e várias outras atividades, as taxas de contaminação vão aumentar significativamente. E daqui a algumas semanas isso vai se refletir na ocupação das UTIs.