Pesquisadores da Universidade Feevale e da UFRGS, com apoio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, monitoram a presença da linhagem africana do zika vírus na Região Metropolitana. Considerada rara, ela causou poucas infecções em seres humanos, nenhuma nas Américas.
O trabalho se detém, principalmente, nas populações de bugios. No Rio Grande do Sul, essa linhagem foi encontrada pela primeira vez em 2016. Mas até agora, houve apenas surtos isolados nesses animais. Os riscos de disseminação entre humanos são baixos, conforme o professor da Universidade Feevale Fernando Rosado Spilki, também presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.
— Esse monitoramento é fundamental. É o que se tem de fazer para evitar problemas como esse da covid-19. Se percebemos esse vírus se multiplicando em animais conseguimos protegê-los e fazer as pessoas também se afastarem para evitar contato - explica Spilki.
Além da Feevale e da UFRGS, pesquisadores da Universidade de Nebraska também estão envolvidos na análise das amostras da linhagem africana encontradas no Estado. De acordo com o professor, não é possível ter certeza de como o vírus veio parar no Rio Grande do Sul, havendo chance de uma relação com o tráfico de animais selvagens.
A forma de transmissão para humanos é semelhante ao que acontece com a linhagem asiática, com o mosquito aedes aegypti sendo vetor da doença. O alerta dos pesquisadores é para que, caso a população encontre bugios mortos, informe a Vigilância em Saúde. Além disso, devem ser seguidos os cuidados para evitar criadouros domésticos de mosquitos, como evitar focos de água parada.