Ao mesmo tempo em que o país ainda registra aumento na média de casos pela covid-19, a curva de mortes pela doença têm apresentado tendência de estabilidade, informou nesta quarta-feira (8) o Ministério da Saúde.
Dados apresentados pela pasta apontam aumento de 1% na média de novas mortes na última semana em comparação à anterior.
O Brasil, porém, ainda registra uma média de mais de mil mortes por dia.
Segundo o secretário de vigilância, Arnaldo Correia de Medeiros, a tendência de estabilidade é verificada desde o fim de maio, mas tem ficado mais nítida nas últimas três semanas.
— Temos pequenas variações, mas a curva tende a se manter em um platô — diz ele, que reconhece que há um "padrão elevado" de mortes no país.
Enquanto as mortes apresentam estabilização, a curva de novos casos segue em alta.
Na última semana, a média diária de novos casos foi de 37.620 — a maior já registrada em relação às semanas anteriores. Já entre as duas últimas semanas, o aumento foi de 7%.
Correia, porém, diz que parte do avanço pode estar ligado à ampliação da oferta de testagem no país.
O cenário também muda por região.
Atualmente, Sul e Centro-oeste são as regiões que despertam maior preocupação, segundo o ministério. Dados apresentados pela pasta mostram que ambas tiveram forte aumento na média de novos casos e mortes na última semana em comparação à anterior.
— Fica o alerta para reforçar medidas de saúde e diagnóstico, manter ambientes ventilados, etiqueta da tosse e uso de máscara para evitar novas infecções — afirma o diretor de doenças transmissíveis, Eduardo Macário.
Enquanto isso, o Sudeste dá sinais de estabilidade — na última semana, a região teve aumento de 1% na média de novos casos e queda de 1% no total de novos óbitos.
Representantes do ministério, porém, dizem que é preciso verificar se essa tendência irá se manter nas próximas semanas.
Já nas regiões Norte e Nordeste, o cenário varia. A primeira tem tido queda no número de novos casos e mortes. Já a segunda teve aumento de 15% em novos casos, com mortes com sinais de estabilidade.
O avanço no Interior é outro ponto de preocupação.
— Vemos uma tendência de redução de mortes na região metropolitana, enquanto no interior vem crescendo paulatinamente — diz Correia.
Atualmente, 94% dos municípios do país já registram casos da covid-19.
Metade das cidades brasileiras (51%) também já registram ao menos uma morte pela doença. Na semana passada, esse índice era de 45%.
Profissionais de saúde
O ministério também divulgou dados de casos da covid-19 registrados em profissionais de saúde.
Ao menos 173.440 profissionais de saúde já tiveram diagnóstico confirmado para a doença.
O número, no entanto, pode ser maior, já que Paraná e Espírito Santo não estão integrados ao sistema usado pela pasta para acompanhar esses dados.
Também pode haver subnotificação, já que o campo que indicava a ocupação foi incluído apenas no fim de março nas fichas usadas para registro.
Ainda de acordo com o ministério, antes de terem o diagnóstico confirmado ou descartado, 786.417 profissionais de saúde foram notificados como casos suspeitos da covid-19, o que indica que tiveram que ser afastados temporariamente. Destes, 22% tiveram o diagnóstico confirmado.
A pasta ainda informou ter confirmado ao menos 138 mortes entre profissionais de saúde. Em junho, porém, o ministério chegou a informar 169 mortes.
Questionada, a pasta informou que havia duplicações nos registros, o que fez com que os dados fossem revisados. O ministério não informou os dados atualizados de períodos anteriores para comparação.