Pelo segundo dia seguido, o Ministério da Saúde atrasa a divulgação do boletim com o número de mortes e casos confirmados do coronavírus. O novo atraso acontece após o Brasil ter registrado na quarta-feira (3) recorde na quantidade de óbitos, em 24h, com 1.349. A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde não informa por que houve o atraso e qual a previsão do horário para a publicação do boletim.
Na quarta-feira (3), dia em que o Brasil novo recorde de mortes em decorrência da covid, com 1..349 vítimas fatais, os dados foram divulgados às 22h — depois, portanto, do horário de fechamento das edições dos jornais e das transmissões dos principais telejornais.
Com as sucessivas trocas de ministros da Saúde, a pasta abandonou algumas práticas de divulgação de informações referentes ao coronavírus, provocando reclamações de especialistas e da imprensa.
Primeiramente, após o fim gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, os titulares da pasta deixaram de comparecer a todas as entrevistas coletivas, realizadas no Palácio do Planalto. O atual ministro interino Eduardo Pazuello não participou de nenhuma entrevista coletiva desde que assumiu o comando da pasta, no lugar de Nelson Teich.
As próprias entrevistas coletivas deixaram de ser diárias, como acontecia durante a gestão Mandetta e parte da gestão de Teich. Os técnicos da pasta também deixaram de responder perguntas relativas ao possível período de pico da pandemia no Brasil.
Os boletins com as informações sobre mortos e infectados também passaram a ser divulgados mais tarde. Antes a divulgação acontecia às 17h. Passou para as 19h, e quase sempre atrasam.
Questionado sobre o assunto, durante entrevista coletiva na tarde de quinta-feira, o secretário substituto de vigilância em saúde da pasta, Eduardo Macário, apenas reforçou que há problemas técnicos e que a demora é muitas vezes necessária para publicar dados confiáveis.