Porto Alegre tem a quarta menor incidência de casos confirmados de covid-19 entre todas as capitais brasileiras, com 89 doentes por cem mil habitantes.
Esse desempenho fica uma posição abaixo do que a cidade registrava quando GaúchaZH publicou o levantamento anterior, em 18 de maio, no qual aparecia em terceiro lugar. Mas o município conseguiu manter-se com o quarto menor ritmo de expansão da pandemia mesmo com a mudança de estratégia que, há quase um mês, passou a prever testes para todo caso suspeito de coronavírus. Antes disso, apenas os pacientes mais graves e profissionais de saúde eram examinados.
Estatísticas compiladas de fontes oficiais pela empresa de ciência de dados de saúde Dataglass, atualizados até terça-feira (2), indicam um avanço de 2,2% na média diária de novos casos sobre o total registrado de exames positivos nesse período. No caso de Porto Alegre, GaúchaZH se baseou diretamente em informações divulgadas no boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), até a mesma data, porque os números repassados à Secretaria Estadual e ao Ministério da Saúde estão defasados.
O aumento no nível de testagem é uma das possíveis explicações para a Capital ter variado uma posição em relação à incidência da covid-19, já que um maior número de exames permite a identificação de mais pacientes. Até 6 de maio, a cidade havia aplicado um total 2,3 mil testes. Hoje, conforme a SMS, a capacidade diária chega a 580.
— Temos uma situação ainda confortável, inclusive por outros critérios como o de internações hospitalares, que é um marcador mais sensível da pandemia porque não envolve mudança de critério. Teremos de ver como isso vai ficar, já que estamos percebendo nas ruas uma circulação maior de pessoas — analisa o infectologista do Hospital Mãe de Deus Gabriel Narvaez.
Na Capital, a média diária de internações por covid nas UTIs nos sete dias anteriores à terça-feira ficou em 45. É praticamente o mesmo número do período anterior, quando ficou em 44,8, o que reforça a hipótese de crescimento em marcha lenta.
Pela comparação nacional, Macapá (AP) tem a pior incidência do vírus, com 1.041 casos por cem mil habitantes, e Natal (RN) registra o maior ritmo de aumento, com média diária de 6% sobre o universo de pacientes confirmados.
A posição de Porto Alegre não é tão boa em relação à letalidade, que indica o percentual de óbitos sobre casos confirmados. O município figura na 11ª colocação, com 3,1% — mas ainda fica bem abaixo do patamar nacional de 5,6%. Em relação à mortalidade, que é a proporção de vítimas por cem mil habitantes, os gaúchos aparecem na sétima melhor posição do país, com uma taxa de 2,8. Belém (PA), na outra extremidade, registra 89 mortes por cem mil habitantes.