O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, celebrou nesta quarta-feira (17) notícias de "resultados iniciais positivos" no ensaio clínico do Reino Unido sobre o uso da dexametasona contra a covid-19.
Ghebreyesus disse que, de acordo com conclusões preliminares compartilhadas com a OMS, para pacientes que estavam no oxigênio apenas, o tratamento reduziu a mortalidade em cerca de um quinto. Para aqueles que já estavam com respirador, a mortalidade caiu em um terço.
— A dexametasona, porém, não mostrou efeito benéfico para aqueles com sintomas mais leves da doença, que não precisavam de apoio respiratório — explicou, dizendo que ainda são necessárias mais terapias que possam ser usadas para enfrentar o vírus, inclusive para aqueles com sintomas leves.
De qualquer modo, Ghebreyesus afirmou que a notícia era "bem-vinda" para os pacientes em estado grave, mas que só deve ser usada sob "supervisão clínica próxima".
Também presente na coletiva, Janet Díaz, diretora de Cuidados Clínicos da OMS, ressaltou que no caso dos pacientes leves "não houve benefícios". O diretor executivo da entidade, Michael Ryan, disse que ela tampouco é um tratamento preventivo, servindo apenas para casos graves.
Segundo Ryan, esse medicamento é um dos vários instrumentos de que será preciso lançar mão ao enfrentar a doença, e que a entidade aguarda dados mais detalhados sobre o estudo britânico com o remédio e também sua revisão por outros cientistas.
A OMS já começou a coordenar uma análise e a avaliar dados de vários ensaios clínicos com pacientes graves, para entender melhor o quadro. Ghebreyesus informou que em breve a organização atualizará sua diretriz clínica "para refletir como e quando a dexametasona deve ser usada para tratar a covid-19".