No dia em que o Brasil se aproximou das 55 mil mortes em decorrência do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse, na noite desta quinta-feira (25), que houve excesso de preocupação com a crise sanitária no país.
— Não podemos ter aquele pavor lá de trás, que chegou junto à população e houve, no meu entender, um excesso de preocupação apenas com uma questão (saúde) e não podia despreocupar com a outra (economia) — disse Bolsonaro em sua live semanal.
Desde o início da crise no Brasil, Bolsonaro tem condenado a atenção exclusiva ao problema sanitário e equiparado a questão de saúde à depressão econômica decorrente da pandemia.
Na mesma transmissão, o presidente voltou a dizer que acredita já ter sido contaminado pelo coronavírus e afirmou que deve fazer novo exame.
— Eu não sei se já peguei. Fiz dois testes lá atrás, deu negativo. Alguns acham que já peguei, não senti nada, não sei. Eu posso até fazer o teste novamente para ver se tenho anticorpos já. Eu acho que já peguei, está certo? —disse Bolsonaro.
— Mas isso vai do perfil, da vida sanitária de cada um. É de cada um. Pode ser gente da minha idade que não está bem fisicamente, se for acometido do vírus, vai ter problema. Tem que tomar cuidado no tocante a isso daí — afirmou o presidente.
No início da live, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro pediu ao presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, tocasse na sanfona a "Ave Maria" em homenagem às vítimas do coronavírus.
— Queríamos prestar uma homenagem aos que se foram, vítimas do coronavírus — disse Bolsonaro.
Na mesma live, Bolsonaro afirmou que o general Eduardo Pazuello está fazendo um bom trabalho como interino à frente do Ministério da Saúde, mas que, se encontrar um médico com capacidade de gestão, pode fazer uma troca.
— A parte de gestão está excepcional, nunca vi isso na história do Brasil na questão de gestão. Sabemos que não é medico, mas ele está com uma equipe fantástica dentro do Ministério da Saúde. Sabemos que muitos querem que a gente coloque lá um médico, agora um médico dificilmente é gestor. Se aparecer um médico gestor, a gente conversa com o Pazuello e vê como fica — disse.