O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nesta quinta-feira (25), que a terceira parcela do auxílio emergencial irá começar a ser paga neste sábado (27). A informação foi divulgada durante a tradicional transmissão realizada pelas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (25), que contou com a presença do ministro.
Em relação as parcelas, Bolsonaro afirmou que deve haver uma prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses. O benefício, segundo ele, será reduzido gradualmente, e deve ter parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300, mas a medida ainda está em estudo. Depois, o pagamento da assistência a trabalhadores informais seria encerrado.
O auxílio foi aprovado pelo Congresso com duração de três meses. O objetivo era trazer alívio financeiro às parcelas mais vulneráveis da população.
Com a proximidade do fim dos repasses para os primeiros beneficiados pelo programa, cresceu a pressão para que seja feita a prorrogação.
A medida tem sido discutida internamente no governo, mas Guedes vinha trabalhando por valores inferiores aos divulgados por Bolsonaro.
O motivo da resistência é o elevado custo da medida. A prorrogação no formato apresentado pelo presidente pode gerar um impacto negativo de até R$ 100 bilhões aos cofres federais. Até o momento, o governo já liberou R$ 152 bilhões para o pagamento das três primeiras parcelas.
Na manhã desta quinta, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, já havia afirmado que a extensão do auxílio teria parcela de R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
A informação foi publicada pelo ministro em uma rede social, mas ela foi apagada pouco depois. A pasta comandada por ele disse que a publicação estava incorreta e que o assunto ainda estava em discussão no governo.
"O governo vai pagar três parcelas adicionais (de R$ 500, R$ 400 e R$ 300) do auxílio emergencial. A proposta faria o benefício chegar neste ano a pelo menos R$ 229,5 bilhões. Isso é 53% de toda a transferência de renda já feita no programa Bolsa Família desde o seu início, em 2004", escreveu Ramos.
Ao confirmar essa previsão de valores, Bolsonaro disse que sua equipe de governo ainda trabalha nos cálculos para oficializar a prorrogação.
O tema foi debatido nesta quinta em reunião do presidente com os ministros Braga Netto (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Cidadania), além dos presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto e da Caixa, Pedro Guimarães.
Inicialmente, o governo planejava pagar mais duas parcelas do auxílio emergencial, no valor de R$ 300 cada uma.
O próprio presidente Bolsonaro chegou a defender o valor e disse que vetaria qualquer ação do Legislativo para aumentá-los.
— Na Câmara por exemplo, vamos supor que chegue uma proposta de duas (parcelas extras) de R$ 300. Se a Câmara quiser passar para R$ 400, R$ 500, ou voltar para R$ 600, qual vai ser a decisão minha? Para que o Brasil não quebre? Se pagar mais duas de R$ 600, vamos ter uma dívida cada vez mais impagável. É o veto — afirmou Bolsonaro em uma live no dia 11 de junho.
"Homenagem aos que se foram"
Ainda durante a live, Bolsonaro pediu ao presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, que tocasse Ave Maria como homenagem às vítimas do coronavírus.
— Nós queremos prestar aí uma homenagem aos que se foram. Quero pedir que o Gilson toque Ave Maria pra gente — afirmou o presidente. A música foi tocada na sequência por alguns segundos.