Conhecida pela sigla DPOC, a doença pulmonar obstrutiva crônica é causada pela exposição de anos ao cigarro ou a outras fumaças nocivas, como as emitidas em carvoarias. Como ocorre uma obstrução dentro dos órgãos, o fluxo de ar é dificultado, prejudicando a respiração e, consequentemente, a qualidade de vida.
Em tempos de coronavírus, cresce a importância do diagnóstico da doença e seu tratamento adequado. Isso porque pessoas com a enfermidade têm risco cinco vezes maior de desenvolver complicações da covid-19, alerta o pneumologista Franco Martins, da Faculdade de Medicina do ABC.
— É muito importante que se saiba do diagnóstico ou que o busque para que se possa ter tratamento adequado. Quem não trata tem muito mais chance de ter sintomas, apresentar piora e exacerbação, necessitando de uma assistência de saúde hospitalar. Nesse momento, a pessoa ainda pode ficar exposta ao coronavírus — diz o médico.
Embora tenha alguns sintomas que se assemelham aos do coronavírus, como tosse e falta de ar, a DPOC não aparece de uma hora para outra. Todos os sinais evoluem ao longo de anos, destaca Martins.
— São sintomas que não estão presentes desde março de 2020. É um quadro crônico, a maioria das pessoas já tem isso há anos. DPOC não tem sinais de “um dia está bem e no outro tem intensa falta de ar”. É progressivo.
Conforme o médico, um levantamento feito nos Estados Unidos mostrou que as pessoas com diagnóstico apresentavam sintomas há oito anos. Quando diagnosticada, a doença é tratada de forma contínua, com o uso de dispositivos inalatórios, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir as exacerbações.
A DPOC em seis pontos
- A cada cinco casos da doença, quatro têm relação com o tabagismo.
- Estima-se que, no mundo, 380 milhões de pessoas tenham a doença. No Brasil, a estimativa é de uma a cada cinco pessoas acima dos 40 anos.
- Os sintomas podem ser parecidos com os do coronavírus, no entanto, há diferenciais. Na DPOC, os sintomas evoluem ao longo dos anos.
- Há falta de ar, mas ela é progressiva, não repentina. Ela pode ser percebida em atividades simples, como caminhadas, e até mesmo as domésticas, como limpar a casa.
- Frio pode aumentar as exacerbações em função das aglomerações de pessoas, aumentando o compartilhamento de vírus. Entretanto, no cenário atual, a determinação é para evitar aglomerações.
*Ter o diagnóstico é fundamental para ter acesso ao tratamento. Só assim é possível reduzir a necessidade de buscar um atendimento hospitalar.