O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (4) a obrigatoriedade do uso de máscaras em deslocamentos e em locais públicos no Estado de São Paulo a partir desta quinta-feira, dia 7 maio. Doria afirmou que a medida vale para qualquer pessoa que esteja "caminhando ou andando ou se dirigindo a qualquer local no Estado de São Paulo".
Segundo Doria, a regulamentação da fiscalização da regra será feita pelas prefeituras até a quarta (6).
— Estendemos (a medida) a toda a população para proteger os brasileiros de São Paulo. Para que, estando protegidos, tenham menor probabilidade de serem infectados e irem a óbito — disse Doria.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que a fiscalização do uso de máscaras ainda será definida.
— Até dia 6, a ideia é definir na cidade de São Paulo se a fiscalização deve ser feita pela GCM (Guarda Civil Municipal) ou por fiscais das subprefeituras, se a multa vai ser aplicada sobre as pessoas ou estabelecimentos que permitirem as pessoas sem as máscaras — disse Covas.
Questionada sobre se o uso também deve ser obrigatório em estabelecimentos como mercados, farmácias e escritórios, a assessoria do governo disse que os detalhes estarão no decreto que será publicado nesta terça (5).
Sem lockdown, por enquanto
A partir desta segunda (4), passou a ser obrigatório usar máscaras nos ônibus, táxis e em carros de aplicativos de carona. Doria também afirmou que cidades que tiverem índices inferiores a 50% serão automaticamente eliminadas da flexibilização prevista depois de 10 de maio.
Doria não descarta controle policial em divisas do estado diante de eventuais afrouxamentes da quarentena em outros Estados.
— Neste momento, não há protocolo de isolamento do Estado. A dinâmica do coronavírus exige análise diária. Se houver alguma situação de descontrole que exija proteção da saúde e da vida dos brasileiros de São Paulo poderemos estudar essa iniciativa.
O tucano voltou a afirmar que lockdown não faz parte dos planos do governo, mas que não descarta a medida se houver necessidade.
Bruno Covas também anunciou lei que permite uma série de ações para combater o coronavírus, como a requisição de leitos de UTI em hospitais privados. O prefeito afirmou que a legislação também prevê uso de hotéis para hospedar profissionais da saúde, moradores de rua com mais de 60 anos e mulheres em situação de violência doméstica.
Também é prevista a possibilidade de horário especial para idosos em estabelecimentos como padarias, bancos, farmácias e supermercados – alguns mercados já oferecem horários específicos para idosos, por exemplo.
Durante a entrevista coletiva, Doria ainda fez críticas a manifestantes bolsonaristas, que agrediram profissionais de saúde e jornalistas.
— Queria registrar aqui como governador do estado de São Paulo um repúdio a esses mlicianos fantasiados de patriotas que empregam agressões contra profissionais de saúde e jornalistas — disse o governador.
Questionados se era a favor do impeachment de Bolsonaro, Doria afirmou que a decisão cabe ao Legislativo. O posicionamento de Bruno Covas foi no mesmo sentido.