O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado pelo Ministério da Saúde (MS) na manhã desta quarta-feira (26). Com a chegada da doença ao país, os cuidados aumentam e cresce a importância de saber o que fazer quando se teve algum contato com uma pessoa com sintomas da doença, ou que está sendo investigada com suspeita de contaminação.
Alexandre Zavascki, chefe do serviço de Infectologia do Hospital Moinhos de Vento (HMV), de Porto Alegre, explica que, se após entrar em contato com alguém com sintomas a pessoa não apresentar qualquer tipo de sinal da doença – febre, dor, dificuldade para respirar, tosse ou pneumonia –, não há um protocolo definido pelo MS a ser seguido:
— Não há recomendação de isolamento domiciliar, por exemplo, mas é aconselhado, por bom senso e preservação de todos, que a pessoa evite, dentro de um período de 14 dias, ficar a menos de um metro de outros indivíduos e que mantenha a higiene das mãos sempre em dia ao encostar em locais públicos, antes de consumir alimentos, que evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca, que utilize lenço descartável para higiene nasal e que cubra nariz e boca quando espirrar ou tossir.
Caso um indivíduo passe a apresentar os sintomas do coronavírus após contato com pessoas com suspeita de terem a doença ou até 14 dias após viagem a um dos países com registro de casos de infecção, as recomendações são outras. Neste cenário, o sujeito deve se encaminhar a uma unidade de saúde ou hospital de referência. No Rio Grande do Sul, são referência o Hospital Nossa Senhora da Conceição, na Capital, e o Hospital Universitário de Canoas, em Canoas.
Aqueles que convivem com indivíduos que apresentam sintomas mais brandos da doença e que, por isso, estão em isolamento domiciliar, não devem compartilhar copos e talheres e devem evitar contato próximo e lavar as mãos com regularidade. No caso de a pessoa que está com suspeita do coronavírus ser incapacitada, os cuidados devem ser redobrados, segundo o chefe do serviço de Infectologia do HMV.
— Nestas situações, é preciso usar máscara de proteção, sem esquecer da limpeza das mãos e das superfícies que entraram em contato com secreções contaminadas. Se a roupa usada pela pessoa teve contato com as secreções de quem apresenta sintomas, a melhor alternativa é trocar de roupa, para diminuir as chances da cadeia de transmissão aumentar — pontua Zavascki.