A procura pela vacina contra a febre amarela tem aumentado no Rio Grande do Sul, nas últimas semanas, após a confirmação de casos da doença em Santa Catarina. A maior demanda fez com que a Secretaria Estadual da Saúde (SES) solicitasse um lote de doses extra ao governo federal.
Em Porto Alegre, por exemplo, postos de saúde estão com o estoque zerado. Nesta quinta-feira (20), uma folha de ofício afixada na parede informava a falta da imunização na unidade Santa Marta, no centro histórico da Capital. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a ausência de vacina é pontual e momentânea, devendo ser solucionada nos próximos dias. Já no Estado, 160 mil doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde chegaram nesta quarta-feira (19), sendo 80 mil integrantes do lote extra. Todas elas serão encaminhadas aos municípios.
— Além dos casos em Santa Catarina, o aumento na procura de vacinas no Estado também é consequência de estratégias e ações de estimulo à vacinação, como o censo vacinal de febre amarela nas áreas rurais, realizado no segundo semestre de 2019 — informou a SES em nota.
No Estado vizinho, dois homens estão internados por conta do vírus. Além disso, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica catarinense (Dive-SC) está monitorando a situação entre animais. De 29 de dezembro de 2019 a 17 de fevereiro de 2020, 326 macacos foram encontrados mortos com suspeita de febre amarela. O animal não transmite a doença, mas a morte dele indica a circulação do vírus na região.
A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas silvestres e próximas de matas. A vacinação é a melhor forma de se proteger da doença. A dose integra o calendário de vacinação do Ministério da Saúde e é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Os casos que ocorrem no Brasil são de febre amarela silvestre (FAS), ou seja, o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. Desde 1942, não existem casos de Febre Amarela Urbana (FAU), aquela transmitida por Aedes aegypti. Pelo fato de o vírus circular nas matas, ele atinge primeiro os macacos.
No país
No Brasil, no período de monitoramento 2018/2019, foram notificados 2.437 casos suspeitos, dos quais 96 foram confirmados, com 21 mortes (21,9%), 2.330 casos foram descartados e 11 ainda continuam em investigação.
No RS
Até o dia 1º de fevereiro deste ano, três casos suspeitos de febre amarela foram relatados à Secretaria Estadual da Saúde. Todos seguem em investigação. Um novo boletim epidemiológico deve ser divulgado ainda nesta semana.
Sintomas
- Febre de até sete dias de duração
- Dor de cabeça intensa
- Dor abdominal
- Manifestações hemorrágicas
- Icterícia