Doses da vacina pentavalente, que estavam em falta na rede pública desde julho de 2019, serão enviadas para o Rio Grande do Sul em caráter emergencial pelo Ministério da Saúde. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (8) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). A imunização é destinada a bebês e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B. A pentavalente faz parte do Calendário Nacional de Vacinação.
Assim que chegarem, as 41 mil doses serão enviadas para as Coordenadorias Regionais de Saúde e disponibilizadas para os municípios. A SES não soube informar para quais cidades serão enviadas as vacinas e nem quanto tempo durará o estoque. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil demanda, atualmente, 800 mil doses mensais desta vacina.
Segundo levantamento feito pela Rádio Gaúcha nesta terça-feira (7), a pentavalente estava em falta em postos de saúde de 11 municípios da Região Metropolitana (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão). Havia carência também em sete das dez clínicas particulares consultadas pela reportagem.
A redução no abastecimento por parte do Ministério da Saúde começou em julho do ano passado. A vacina pentavalente adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) foi reprovada em teste de qualidade feito pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, as compras com o antigo fornecedor foram canceladas.
Recentemente, segundo o Ministério, foram recebidas doses da vacina pentavalente que se encontravam em processo de liberação pela Anvisa, para então passarem por testes de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Após a liberação pelo controle de qualidade, a vacina começa a ser distribuída para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Contra quais doenças a vacina protege?
A vacina pentavalente é aplicada nas crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade. Os reforços e/ou complementações são feitos em crianças a partir de 1 ano. A imunização garante a proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B.
- Difteria - doença transmissível e causada por bactéria que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar.
- Tétano - é uma infecção causada por bactéria encontrada na natureza e não é contagiosa. A bactéria causadora do tétano acidental pode ser encontrada na pele, fezes, terra, galhos, plantas baixas, água suja, poeira. Se o tétano acidental infeccionar e não for tratado corretamente, pode matar.
- Coqueluche - é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria. Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, tranqueia e brônquios.
- Hepatite B - é um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil. É causada por vírus. Na maioria dos casos a Hepatite B não apresenta sintomas. Muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado (cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados), que costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença.
- Bactéria haemophilus influenza tipo B - é uma bactéria que atinge principalmente crianças de até 5 anos, causando infecções que começam geralmente no nariz e na garganta, mas podem espalhar-se para outras partes do corpo.