O Rio Grande do Sul tem 99 cidades em situação de alerta ou alto risco de transmissão de dengue, chikungunya e zika. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde (SES). No total, são 374 localidades onde o mosquito Aedes aegypti foi localizado, o que corresponde a 75,2% do total de municípios do Estado. No ano passado, mais de 1,3 mil casos dessas três doenças transmitidas pelo inseto foram confirmados no RS.
As regiões Norte e das Missões são as que mais preocupam, pois é onde ficam as dez cidades com maior índice de infestação do mosquito transmissor, acima de 4%. Esses municípios somam 281 mil habitantes, representando 2,5% da população do RS.
No Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), os municípios apresentam índice "satisfatório" de infestação do inseto quando ele é inferior a 1%. É configurada situação de alerta quando o índice fica entre 1% e 3,9% e de risco alto, quando supera esse limite.
Municípios com maior índice de infestação:
- Bom Progresso (região norte)
- Jaboticaba (região norte)
- São José das Missões (região norte)
- Quinze de Novembro (Missões)
- Alecrim (Missões)
- Alegria (Missões)
- Salto do Jacuí (Missões)
- São Nicolau (Missões)
- Tuparendi (Missões)
- São Leopoldo (Região Metropolitana)
A SES reforça que a proliferação do mosquito ocorre principalmente no verão, devido as altas temperaturas. A coordenadora do Programa Estadual de Vigilância do Aedes aegypti, Carmen Gomes relata que o cuidado deve ser feito durante todo o ano.
— Essa condição se modifica ao longo do ano. No inverno, a temperatura baixa e o ambiente não se torna tão propício para a proliferação do mosquito. Já no verão, essas condições favorecem muito para a criação — diz Carmen.
Em 2019, foram 4.057 notificações de casos de dengue à SES, sendo 1.338 confirmadas. Dessas, o que mais chama a atenção é o número de transmissões autóctones, ou seja, ocorridas dentro do território gaúcho. Foram 1.180 confirmações deste tipo, o que chega a 88% do total. Desde 2016, o Rio Grande do Sul não registrava um número tão alto.
Prevenção
Os mosquitos se reproduzem em locais de água parada, não necessariamente suja. A Secretaria da Saúde recomenda tampar caixas d'água, tonéis e latões, guardar garrafas vazias para baixo e pneus sob abrigos. Além disso, a SES aconselha manter lixeiras fechadas e piscinas tratadas o ano todo.
— Enquanto estivermos com o mosquito circulando, vamos estar na iminência de viver epidemias de qualquer uma dessas três doenças — relata a coordenadora.