Como parte da campanha sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC) realizada neste domingo, o empresário Rafael Campos da Silveira, de 48 anos, esteve no Parque Farroupilha para autografar o livro Um AVC no Meu Caminho.
Quatro anos atrás, Silveira deu início a uma viagem de moto pelas Américas, com o objetivo de chegar ao Alasca. A primeira etapa foi até Santiago (Chile). Como precisava trabalhar em suas lojas, deixou a moto no Chile e voltou de avião. O segundo trecho foi até a Bolívia. Mais uma vez, o empresário deixou a moto e voltou ao batente.
Uns dias depois, começou a sentir dores fortes de cabeça. Após uma semana, foi ao médico. Teve indicação de fazer uma ressonância. Horas depois do exame, despertou sentindo que não estava bem. Correu ao hospital.
— Estou tendo um AVC — disse, antes de convulsionar e não lembrar de mais nada.
O diagnóstico confirmou-se. Quando despertou, Silveira tinha perdido todos os movimentos. A única coisa que conseguia mexer era um olho. Também perdeu a fala. Seguiram-se seis meses de internação no Hospital Moinhos de Vento.
— Perdi toda a força. Para ter uma ideia do tamanho da perda, quando cheguei em casa não tinha condição nem de dar um beijo — relata.
Desde a alta, o empresário submete-se a uma rotina pesada de reabilitação: são três horas diárias de fisioterapia, uma hora diária de fonoaudiologia e duas sessões semanais de fisioterapia na água. Voltou a falar, ainda com alguma dificuldade, e recuperou 50% dos movimentos - move o lado direito do corpo, não o esquerdo. Hemiplégico, locomove-se em uma cadeira de rodas. Mas voltou a trabalhar. Sai de casa todos os dias às 7h e volta às 19h.
Silveira escreveu o livro para conscientizar outras pessoas.
— O objetivo é mostrar que existe vida depois do AVC. E que a prevenção é fundamental e evita muito transtorno — explica.
Ele reconhece que a recuperação é lenta, mas está convencido de que um dia vai reaver todos os movimentos. E, quem sabe, retomar a viagem de moto até o Alasca.