Aos 33 anos, Pedro Isaacsson Velho, oncologista do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio Global Young Investigator, concedido a jovens pesquisadores pela American Society of Clinical Oncology (ASCO), autoridade mundial no assunto. O destaque foi dado ao especialista em função do estudo que ele conduz sobre imunoterapia aplicada ao câncer de próstata.
Formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e com especialização pela Universidade de São Paulo (USP), o médico participa, no momento, de outro programa de aprimoramento no Johns Hopkins Hospital, em Baltimore, nos Estados Unidos. Para ele, a premiação valoriza o estudo promissor no sobre o tema.
— Fico orgulhoso que um estudo que eu desenvolvi foi reconhecido pela maior sociedade de oncologia do mundo. Isso demonstra o valor do que estamos fazendo.
A pesquisa do gaúcho, feita em uma parceria do Hospital Moinhos de Vento e do Hospital do Câncer da USP, tem como objetivo identificar quais pacientes terão benefícios utilizando a imunoterapia (que estimula o próprio sistema imunológico a atacar a doença). Conforme o médico, embora a técnica já esteja avançada para tratamento de vários tumores, no caso da próstata ainda não apresenta os melhores resultados.
— O motivo do estudo é analisar quais pacientes respondem bem ao tratamento e quais não respondem e entender por que uns respondem e outros não — explica.
A análise do tumor utiliza uma técnica mais simples, chamada de biópsia líquida, que consegue apontar informações sobre o tumor apenas com um exame de sangue. Até o momento, afirma Isaacsson, o estudo, que é conduzido no Rio Grande do Sul e em São Paulo, está apresentando bons resultados.
Além da premiação simbólica com troféu, o pesquisador ainda recebeu US$ 50 mil para patrocinar a pesquisa.
