Uma pesquisa feita por cientistas suecos concluiu que o risco de ataque cardíaco pode ser bem maior na véspera do Natal, em comparação a outras festividades. Publicado no periódico BMJ, do Reino Unido, o estudo analisou os 283.014 casos de infartos do miocárdio (músculo do coração) que chegaram as unidades de saúde do país entre os anos de 1998 e 2013 e mostrou que o risco aumenta 15% entre os dias 24 e 26 de dezembro, saltando para 37% na noite da véspera do Natal. As informações são do G1.
As pessoas mais propensas a esse tipo de problema são idosos com alguma doença crônica, sendo 75 anos a idade considerada de maior risco. Os cientistas, no entanto, não apontam as datas, propriamente ditas, como causadoras de problemas no coração, mas sim as emoções trazidas por elas, que constituem um fator importante para o aumento dos casos.
Durante a pesquisa, percebeu-se, inclusive, um pico no número de infartos às 22h do dia 24, conforme os registros do banco de dados da Suécia. Os autores do trabalho publicado no BMJ lembram que outros estudos já haviam mostrado uma alta na incidência de ataques cardíacos em festividades do Ocidente, como o Natal e o Ano Novo, ou em datas comemorativas do Islamismo, em regiões onde esta religião é predominante.
Um dos exemplos descritos na publicação do BMJ é o de Winston Churchill (1874-1965), primeiro-ministro britânico, durante a Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, ele teria sofrido um infarto enquanto visitava a Casa Branca, nas festividades do Natal de 1941.
Problemas cardíacos figuram no topo das principais causas de morte do mundo. Cientistas consideram que suas causas são multifatoriais, incluindo riscos modificáveis e não-modificáveis. Tabagismo, alimentação e sedentarismo, por exemplo, são componentes do estilo de vida que podem agravar a saúde. Considera-se, porém, outros fatores externos, como terremotos, furacões e conflitos armados, além de elementos de curto prazo, como estresse, esforço físico excessivo e exposição ao frio e à poluição.
Emoções também têm sido entendidas na comunidade científica como fatores a serem considerados, como a raiva, a tristeza e o pesar.
Na mesma pesquisa dos cientistas suecos, o Ano-Novo aparece entre as festas com aumento de 20% no risco de ataques cardíacos, porém, no primeiro dia do ano, e não na véspera, como é o caso do Natal.
"Isso pode ter relação com excesso de consumo de álcool e comida, exposição a baixas temperaturas (no caso da Suécia, nesta época do ano) e privação do sono na noite anterior", escrevem os pesquisadores.