O surto de toxoplasmose em Santa Maria – oficializado pelas autoridades de saúde em abril deste ano, mas com registros de primeiros casos ainda no mês de janeiro – chegou ao fim, no entendimento do governo do Estado. Em nota enviada a GaúchaZH, a Secretaria Estadual de Saúde informa que o surto da doença no município "teve seu ciclo encerrado".
O texto acrescenta que isso significa "que ainda podem ocorrer novos casos, só que dentro de um parâmetro normal da doença, já que a toxoplasmose é considerada endêmica", de presença constante no ambiente. O último boletim da doença, divulgado no dia 19 de outubro, apontou 809 casos confirmados de toxoplasmose, 32 a mais do que no relatório apresentado 15 dias antes.
Superintendente da Vigilância em Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb discorda do posicionamento do governo do Estado. Para ele, por mais que o número de novos casos tenha "reduzido drasticamente" na comparação com os meses de abril e maio, não se pode afirmar que o surto chegou ao fim:
– Não é o nosso entendimento e até me surpreendo com essa informação. Há uma estabilização do surto, mas temos muitos casos em investigação que precisam de aplicação de questionário. Ainda aguardamos resultados de exames laboratoriais e não temos como fazer uma afirmação de final de surto sem obedecer essa metodologia científica. Não podemos dar por concluído sendo que ainda temos cerca de 400 casos em investigação.
Streb destaca que, levando em conta a "estabilização do surto", os boletins com a atualização de novos casos não serão mais divulgados com data programada, o que, para ele, não é um problema:
– Como percebemos que o número de novos casos reduziu, isso nos dá a possibilidade de fazer um trabalho interno sem a necessidade de colocar a população a par quinzenalmente sobre esses dados, que terão pouca modificação a partir de agora. Não teremos uma data específica para divulgar o boletim. Seguiremos fazendo todo controle de dados e relatórios que temos que fazer dentro da investigação.
Sobre essa questão, a Secretaria Estadual de Saúde informou que "a flexibilidade dos intervalos entre as atualizações dos casos não implica qualquer alteração no processo de notificação". E que "o atendimento às pessoas com a suspeita da doença e as investigações laboratoriais dos mesmos seguem ocorrendo de forma normal".
Cuidados devem ser mantidos para prevenir a doença
Por nota, o Ministério da Saúde afirmou que "a transmissão relacionada ao surto foi interrompida". O entendimento da pasta, para isso, leva em conta as informações prestadas pelos governos estadual e municipal. Porém, a nota destaca que, por se tratar de uma doença endêmica, "são esperados, durante o ano, casos novos".
As medidas de prevenção à doença, como tomar apenas água mineral ou fervida, lavar bem os alimentos e realizar periodicamente a limpeza das caixas d'água das residências devem ser mantidas.