Instantes antes de participar do lançamento de um projeto que prevê a redução em quase 60% na fila de espera por consultas médicas com especialistas em Porto Alegre, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou também um aporte de R$ 102,4 milhões para melhorias da saúde no Rio Grande do Sul em cerimônia no Palácio Piratini. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também participou da solenidade.
O valor mais significativo será destinado para estruturação e modernização do Hospital São Lucas da PUCRS, na ordem de R$ 55 milhões, fruto de emenda parlamentar da bancada gaúcha. Deve ser utilizado em projetos como reforma do centro cirúrgico, emergência, obstetrícia, internação, UTI pediátrica e primeira fase do Centro Interdisciplinar de Saúde. Ainda será investido em compra de equipamentos.
Foi anunciada também a liberação de R$ 37,7 milhões, que beneficiam outros 37 municípios, além do governo do Estado, com habilitação de serviços de média e alta complexidade. O Hospital de Tramandaí e o Instituto do Coração de Porto Alegre receberão R$ 1 milhão em parcela única.
Ainda serão destinados R$ 7,5 milhões ao Hospital Vida, em Santa Rosa, e R$ 836 mil para construção de uma unidade básica de saúde na região de Três Cachoeiras. Serão entregues 36 caminhonetes a 36 municípios para uso em atividades de prevenção e controle de endemias.
Após a solenidade, GaúchaZH questionou o ministro sobre o que o governo tem feito para chegar à origem do surto de toxoplasmose em Santa Maria, e ele afirmou que "existem estudos realizados em conjunto entre Estado, município e Ministério da Saúde" e reafirmou que "todas as tendências levam à água".
— Eu quero dizer à população de Santa Maria que tenham apenas um pouco mais de cuidado (referindo-se ao fervimento da água e demais recomendações sugeridas pelo ministério) e que o surto já passou.
A ampliação do projeto Regula+Brasil, que prevê a redução em quase 60% na fila de espera por consultas médicas com especialistas, foi lançada na sequência na prefeitura de Porto Alegre.
A ideia é que o paciente vá até a Unidade Básica de Saúde e consulte com o médico do local. Caso esse profissional entenda que é necessário uma consulta com um especialista, ele liga para um médico vinculado ao TelessaúdeRS e discute as informações do caso. Com isso, o paciente retorna ao próprio posto e consulta com o mesmo médico sem precisar entrar na fila de espera pelo especialista. Segundo o secretário municipal da saúde, Erno Harzheim, a intenção é reduzir consideravelmente essa fila em um prazo de um ano e meio.
— O médico que o acompanha na unidade de saúde discute o caso, envia exames e recebe orientações de outro profissional que fica co-responsável pelo paciente. E com isso, reduz bastante a fila de espera pois resolve o problema das pessoas naquele momento — diz o secretário.
Na cerimônia realizada no Paço Municipal, Occhi relatou que ele mesmo ligou para a central do TelessaúdeRS, identificou-se como ministro para pedir mais informações sobre o serviço e teve um "atendimento excepcional".
O prefeito Nelson Marchezan destacou que a parceria está de acordo com o projeto de governo, que tem buscado apoio para melhorar a vida dos porto-alegrenses.
— A parceria entre os três poderes qualifica o atendimento da população, que pode ter um serviço mais eficaz. Isso dá esperança e confiança para as pessoas. As parcerias precisam estar acima do interesse ideológico e é isso que estamos fazendo hoje com esta união — destacou o prefeito.
O projeto envolve a Secretaria Municipal de Saúde, o Hospital Sírio-Libanês (que irá investir R$ 37 milhões na implementação do projeto em todo o país, com recursos relacionados ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento do SUS e revertidos em isenções fiscais), o Ministério da Saúde e o TelessaúdeRS, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Já existe um convênio semelhante com o governo do Estado, mas com a entrada do hospital paulista, a ideia é potencializar as ações na Capital. A prefeitura não terá nenhum custo. O serviço será implementado imediatamente e terá a duração de uma ano e meio, podendo ser prorrogado. A previsão é que a partir desta sexta-feira (29) os profissionais já estejam utilizando o sistema. Oito especialidades vão participar do projeto — juntas, elas correspondem a 54 mil pessoas na espera por consulta, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Além de Porto Alegre, o projeto será implementado em outras quatro capitais: Manaus, Maceió, Rio de Janeiro e Distrito Federal.