O Hospital Geral (HG) de Caxias do Sul pode fechar 50 leitos caso não consiga reverter a previsão de déficit financeiro para este ano. O orçamento, aprovado pela Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), previa prejuízo de R$ 9 milhões. Conforme a diretoria do HG, uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão e um recurso de aproximadamente R$ 1 milhão do Ministério da Saúde obtidos no início desse ano reduzem essa perspectiva para déficit de R$ 7 milhões. É esse o valor necessário para que o hospital não diminua o número de leitos em funcionamento.
Conforme o diretor geral do HG, Sandro Junqueira, ainda não existe uma determinação de quais setores poderiam ter redução de atendimentos. Ele explica que o fechamento de leitos foi definido também pelo conselho da FUCS, que desde 2015 vem cobrindo os prejuízos da instituição.
As dificuldades financeiras do hospital se intensificaram desde 2015, quando um recurso de R$ 500 mil por mês foi retirado pelo Governo do Estado. Com isso, o município aportou R$ 350 mil por mês, de agosto de 2015 a agosto de 2016. A partir daí, o recurso municipal foi reduzido para R$ 250 mil até que fosse cancelado com o vencimento do contrato em maio de 2017, ano em que o déficit do HG ficou em R$ 6 milhões.
A situação financeira do hospital foi pauta de uma reunião entre representantes do HG e da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores na tarde desta segunda-feira (02). Mensalmente, o hospital recebe R$ 8,2 milhões entre recursos municipais, estaduais e federais. Ainda faltam R$ 700 mil para que a conta feche sem prejuízo.
— Nós precisamos de recursos para o custeio (do Hospital Geral). Não podemos tirar de um (serviço administrado pela FUCS) para colocar no outro — disse o diretor executivo da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Gilberto Chissini.
No encontro, os vereadores consideraram necessária uma mobilização junto a outras prefeituras para buscar verbas ao HG, que é referência para 49 municípios. Segundo a direção, moradores de Caxias do Sul correspondem a 85% dos atendimentos de média complexidade. Na alta complexidade, a divisão é mais equilibrada: Caxias tem 55% dos pacientes, enquanto os outros municípios têm 45%.
Os vereadores de Caxias também sugeriram uma reunião com a bancada gaúcha no Congresso Nacional em busca de recursos federais.