O primeiro caso de febre amarela no Rio Grande do Sul foi confirmado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no início da noite desta quarta-feira (21). Pelo Twitter, o secretário João Gabbardo dos Reis declarou que o paciente não se vacinou e contraiu a doença em Minas Gerais. O último registro de febre amarela no Estado ocorreu em 2009.
Ao GaúchaZH, Gabbardo reforçou que a estratégia de controle da doença não deve mudar no Estado:
– Ainda estamos seguros de que não temos circulação viral no Rio Grande do Sul. Continuaremos orientando para a vacinação, com prioridade para quem mora próximo a áreas silvestres e a quem viaja a zonas de risco.
O diagnóstico é importante, mas, de acordo com o secretário, não deve inspirar pânico entre a população, uma vez que a doença não foi adquirida no Rio Grande do Sul.
O surto em alguns Estados do Brasil – sobretudo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – provocou uma corrida aos postos de saúde de Porto Alegre, principalmente por quem tinha viagens marcadas para São Paulo e Rio de Janeiro. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirma que o país enfrenta um dos piores surtos das últimas décadas.
Em boletim epidemiológico divulgado na tarde desta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que o Brasil confirmou 545 casos e 164 óbitos entre 1º julho de 2017 a 20 de fevereiro deste ano. Foram notificados 1.773 casos suspeitos, sendo que 685 foram descartados e 422 permanecem em investigação No mesmo período do ano passado, foram confirmados 557 casos e 178 mortes.
O que é febre amarela
É uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos).
Quais os sintomas
Os primeiros sintomas são inespecíficos, como febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente ocorre declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Em poucas horas (no máximo, um ou dois dias) reaparece a febre. A diarreia e os vômitos ficam com aspecto de borra de café.
Silvestre ou urbana?
Existem dois tipos de febre amarela: silvestre e urbana, e o vírus transmitido é o mesmo. A diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão. Na urbana, o vírus é transmitido ao homem pelo mosquito Aedes aegypti. Na silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Assim, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado. No Brasil, não há registro de febre do tipo urbana desde 1942. Os casos registrados atualmente no país são classificados como silvestre.
Onde se vacinar?
No Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), há vacinas disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todos os municípios. A vacina também está disponível em clínicas particulares.
Para quem a vacina é contraindicada
- Pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida;
- Indivíduos com imunossupressão secundária à doença ou terapias;
- Imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas);
- Pacientes em uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe);
- Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia;
- Indivíduos que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina;
- Indivíduos com reação alérgica grave ao ovo;
- Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).
Pretende viajar ao Exterior? Saiba o que fazer
Para comprovar que tomou a vacina, na hora de viajar ao Exterior, é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), conforme definido no Regulamento Sanitário Internacional. O documento é emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fique atento: para as viagens ao Exterior, é preciso ser imunizado com a dose única (como a que é aplicada no Rio Grande do Sul).
Países com risco de transmissão
Angola, Argentina, Benin, Bolívia, Brasil, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Colômbia, Congo, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Equador, Guiné Equatorial, Etiópia, Guiana Francesa, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Quênia, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Panamá, Paraguai, Peru, Senegal, Serra Leoa, Sudão do Sul, Sudão, Suriname, Togo, Trindade e Tobago, Uganda, Venezuela.
Países que exigem o certificado
Afeganistão, Albânia, Argélia, Angola, Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Bahrein, Bangladesh, Barbados, Belize, Benin, Butão, Bolívia, Botsuana, Países Baixos Caribenhos, Brasil, Brunei, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camboja, Camarões, República Centro-Africana, Chade, China, Ilha do Natal, Colômbia, Congo, Costa Rica, Costa do Marfim, Cuba, Curaçao, República Popular Democrática da Coreia, República Democrática do Congo, Djibouti, Dominica, Egito, El Salvador, Equatorial Guinea, Eritreia, Etiópia, Fiji, Guiana Francesa, Polinésia Francesa, Gabão, Gâmbia, Gana, Grenada, Guadalupe, Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Haiti, Honduras, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Jamaica, Jordânia, Cazaquistão, Quênia, Kiribati, Quirguistão, República Democrática Popular do Lao, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Malásia, Maldivas, Mali, Malta, Martinica, Mauritânia, Maurícia, Mayotte, Montserrat, Moçambique, Myanmar, Namíbia, Nauru, Nepal, Nova Caledônia, Níger, Nigéria, Niue, Omã, Paquistão, Panamá, Paraguai, Filipinas, Ilhas Pitcairn, Reunião, Ruanda, São Bartolomeu, Santa Helena, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Martinho, São Vicente e Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe, Arábia Saudita, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Singapura, São Martinho, Ilhas Salomão, Somália, África do Sul, Sudão do Sul, Sri Lanka, Sudão, Suriname, Suazilândia, Tailândia, Timor Leste, Togo, Tristão da Cunha, Trinidade e Tobago, Uganda, República Unida da Tanzânia, Venezuela, Vietnã, Wallis e Futuna, Zâmbia, Zimbábue.