Parte da população brasileira ainda desconhece as formas de transmissão da febre amarela e consideram os macacos como os vilões nestes casos, o que faz com que órgãos ambientais do Rio de Janeiro tenham que lidar com a morte violenta dos primatas. Segundo dados da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa), divulgados nesta quinta-feira (25) o Rio de Janeiro já contabiliza 131 macacos mortos desde o início do ano. Do total, 69% tinham sinais de ataques humanos, por meio de espancamento ou de envenenamento. O levantamento revela ainda que 32 dos macacos mortos foram encontrados na cidade do Rio.
Nas redes sociais, órgãos ambientais e internautas realizam campanhas para conscientizar a população. As ações reforçam que os primatas ajudam a mapear a presença do vírus no ambiente e não transmitem a febre amarela. Pelo contrário, também são vítimas do mosquito infectado por meio da picada.
De acordo com a legislação ambiental, matar animal silvestre é crime e o autor pode ser condenado a uma pena de seis meses a um ano de detenção, além de pagar multa.
Casos de febre amarela
Segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (26), subiu para 26 o número de casos de febre amarela silvestre em humanos no mês de janeiro no Estado. A maior parte segue em Valença, no Sul do Estado, com 13 registros, e em Teresópolis, na Região Serrana, com quatro registros. O município de Sumidouro, na região central do Estado, teve mais uma ocorrência confirmada, somando duas. Já foram confirmadas oito mortes.
Nova Friburgo, Petrópolis, Miguel Pereira, Duas Barras, Rio das Flores e Vassouras são outras cidades também com casos de febre amarela silvestre. Em Niterói, um macaco foi contaminado.
Dia D
Neste sábado (27), a Secretaria Estadual de Saúde realizou o Dia D de vacinação contra a febre amarela em todos os 92 municípios fluminenses, com expectativa de aplicação de 600 mil doses. Já foi imunizada mais da metade da população do Estado, cerca de 8,1 milhões de pessoas, restando 5,9 milhões ainda por vacinar.
Conforme a secretaria, o Rio é o Estado que mais vacinou em 2017.