Na busca da prevenção e tratamento precoce de Alzheimer, pesquisadores norte-americanos divulgaram na última sexta-feira (12) dados que podem ajudar no combate à doença. De acordo com médicos do Brigham and Women's Hospital, de Boston, Estados Unidos, a ansiedade em adultos mais velhos pode ser um indicador prematuro da enfermidade de caráter neurodegenerativo.
A pesquisa se baseou na observação de 270 voluntários, homens e mulheres entre 62 e 90 anos, com nenhum distúrbio psiquiátrico ativo. Eles foram submetidos a exames de imagem, geralmente utilizados em estudo da enfermidade cognitiva, e avaliações anuais que buscavam detectar sinais de depressão. Após cinco anos, a equipe de pesquisadores concluiu que uma carga maior de beta amiloide no cérebro, proteína tida como uma das causas do surgimento de Alzheimer, pode ser associada ao aumento dos sintomas de ansiedade ao longo do tempo em idosos cognitivamente normais.
— Quando comparado com outros sintomas da depressão, como a tristeza ou a perda de interesse, a ansiedade aumentou ao longo do tempo naquelas pessoas que apresentavam um nível elevado de beta amiloide no cérebro — afirma o psiquiatra geriátrico, Nancy Donovan.
De acordo com o especialista, esses dados sugerem que sintomas de ansiedade podem constituir indicadores iniciais de Alzheimer devido, principalmente, à atuação da beta amiloide. Se futuras pesquisas sustentarem essa conclusão, tal fato poderá ser essencial para identificar com antecedência pessoas propensas à doença, ajudando na prevenção e no tratamento do processo desde o início.
O estudo foi publicado na revista acadêmica The American Journal of Psychiatry.