Entre 127 e 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com enxaqueca, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para muitas dessas, os tratamentos disponíveis não surtem efeito, o que mobilizou pesquisadores a desenvolverem uma nova terapia. Publicado no periódico New England Journal of Medicine, um estudo que já está na terceira fase de testes se mostrou promissor, reduzindo o número de dias dos episódios de dor.
Usando o fremanezumabe, anticorpo capaz de modificar a atividade química do cérebro, os cientistas conseguiram bloquear os efeitos de uma proteína associada à enxaqueca. O CGRP (sigla em inglês), péptido relacionado com o gene da calcitonina, é liberado em altos níveis durante a enxaqueca em resposta à inflamação, assim, aumenta a sensibilidade do cérebro à dor. Ao barrar o CGRP, o ciclo da inflamação foi quebrado, reduzindo a dor.
— Observamos pessoas com 100% de redução da enxaqueca, outros com 75% — afirmou o pesquisador Stephen D. Silberstein.
Para obter os resultados os pesquisadores selecionaram 1130 pacientes que foram divididos em três grupos: um recebeu tratamento trimestral, outro mensal e, o último, recebeu injeções de placebo. No total, os pacientes tiveram redução no número de episódios de enxaqueca em 4.3 dias com o tratamento trimestral e 4.6 dias com o mensal.
Sem efeitos adversos relatados, a injeção se apresenta como uma opção importante para os médicos:
— Se aprovado, o tratamento daria aos médicos uma importante ferramenta pode ajudar a prevenir enxaqueca, reduzir a carga da enxaqueca e potencialmente ajudando as pessoas a voltarem ao normal — disse Silberstein.