Lady Gaga, atração de peso do Rock in Rio e que faria o show de encerramento da primeira noite do evento, anunciou nesta quinta-feira (14) o cancelamento de sua participação no festival que começa na sexta-feira (15) na capital carioca. O afastamento da cantora ocorreu por conta de uma dor crônica causada por uma doença chamada fibromialgia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), a fibromialgia é uma dor muscular crônica que pode atingir diversas partes do corpo. Trata-se de uma patologia que aumenta a sensibilidade dos nervos, levando ao cérebro mais informação de dor do que o normal.
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Não há uma causa específica para a doença, no entanto, estresse e desequilíbrios hormonais podem ser fatores de risco e atingir pessoas ansiosas. No Brasil, ela está presente em cerca de 3% da população e acomete mais mulheres do que homens, costumando aparecer entre 20 e 50 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
Embora ainda não tenha a cura para a fibromialgia, há muitas maneiras de atenuar seus efeitos. Especialistas ressaltam que para isso é necessário que medicina e paciente trabalhem juntos no combate da dor. Procurar o médico o quanto antes pode ser decisivo para definir e cuidar do quadro clínico. Para combater os sintomas, o paciente pode tomar medicamentos prescritos pelo profissional da saúde, como analgésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios e antidepressivos.
A fibromialgia é uma síndrome de longa duração com flutuações frequentes na intensidade da dor. Seguindo o tratamento corretamente e tomando os devidos cuidados dentro de casa, os sintomas tendem a melhorar e não perdem sua capacidade funcional.
CAUSAS
As causas da fibromialgia ainda são desconhecidas, mas existem vários fatores que estão frequentemente associados a esta síndrome. Confira
— Genética: fibromialgia é muito recorrente em pessoas da mesma família, o que pode ser um indicador de que existem algumas mutações genéticas capazes de causar a síndrome
— Infecções por vírus e doenças autoimunes
— Distúrbios do sono, sedentarismo, ansiedade e depressão também podem estar ligados de alguma forma à síndrome.
FATORES DE RISCO
Os médicos alertam para alguns fatores de risco que facilitam o surgimento de fibromialgia
— Sexo: a síndrome é mais comum em mulheres do que em homens, em especial naquelas entre 20 e 50 anos.
— Histórico familiar: a doença é recorrente entre membros de uma mesma família, indicando que talvez exista algum fator genético envolvido nas suas causas.
SINTOMAS
— Dor generalizada: a dor associada à fibromialgia é constantemente descrita como uma dor presente em diversas partes do corpo e que demoram pelo menos três meses para passar
— Fadiga: pessoas portadores dessa síndrome frequentemente acordam já se sentindo cansadas, mesmo que tenham dormido por muitas horas. O sono também é constantemente interrompido por causa da dor, e muitos pacientes apresentam outros problemas relativos ao sono, a exemplo da apneia e insônia
— Dificuldades cognitivas: para os portadores de fibromialgia, é mais difícil se concentrar, prestar atenção e focar em atividades que demandem esforço mental
— Dor de cabeça recorrente ou enxaqueca clássica, dor pélvica e dor abdominal sem causa identificada (Síndrome do intestino irritável)
— Problemas de memória e de concentração
— Dormência e formigamento nas mãos e nos pés
— Palpitações
— Redução na capacidade de se exercitar
DIAGNÓSTICO E EXAMES
— Os sintomas de fibromialgia são muito similares a sintomas de outras síndromes. Geralmente ele é feito por um reumatologista.
— Por isso, é importante que, durante da consulta, todos os sintomas e a intensidade das dores sentidas sejam descritos ao médico
— É preciso falar sobre problemas médicos que teve no passado, bem como o de seus parentes
— Relatar todos os medicamentos e suplementos tomados
— O médico deve saber se existe problemas ao dormir. Ele deverá perguntar também sobre eventuais sintomas de depressão e ansiedade.
— O diagnóstico da fibromialgia é feito clinicamente (por meio da história dos sintomas e do exame físico). Não existem testes laboratoriais que possam realizar o diagnóstico, mas o médico pode solicitar exames de sangue para que outras doenças, com sintomas e características parecidos, sejam descartadas entre os possíveis diagnósticos.
TRATAMENTO E CUIDADOS
O tratamento de fibromialgia é mais eficaz quando são unidos medicamentos e cuidados não medicamentosos. O foco é evitar a incapacidade física, minimizar os sintomas e melhorar a saúde de modo geral. Podem ser necessários:
— Fisioterapia
— Programa de exercícios e preparo físico
— Métodos para alívio de estresse, incluindo massagem leve e técnicas de relaxamento
— Terapia cognitivo comportamental.
*Existem várias classes de medicamentos que são utilizados em conjunto com o tratamento não medicamentoso. As drogas mais utilizadas são analgésicos de ação central, incluindo algumas drogas antidepressivas e antiepilépticas que têm esta ação analgésica. Medicamentos para melhorarem o padrão do sono e miorrelaxantes também são, frequentemente, utilizados isoladamente ou em conjunto com medicamentos analgésicos.
Fonte: Ministério da Saúde