Terminou sem acordo a audiência de conciliação, realizada na tarde desta quinta-feira (03), sobre o fechamento de leitos no Hospital Universitário de Canoas. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) e a Associação Brasileira em Defesa de Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus) ingressaram com uma ação civil pública contra a redução de vagas na instituição, que ultrapassa cem leitos desde janeiro.
Como não houve acordo, cabe a juíza Elisabete Maria Kirschke, da 3ª Vara Cível de Canoas, decidir sobre o pedido de liminar, incluído na ação, que solicita a reabertura dos leitos. Participaram da reunião o secretário da Saúde de Canoas, Marcelo Bósio, e representantes das entidades médicas e do Sistema Mãe de Deus, que é o gerencia a instituição desde 2011.
O Hospital Universitário de Canoas anunciou, no começo de novembro, o fechamento de 70 leitos e a demissão de 85 funcionários - entre eles médicos, enfermeiros e técnicos administrativos -, como resposta ao déficit mensal de R$ 2 milhões do hospital. Na semana passada, o Tribunal Regional do Trabalho determinou a reintegração imediata dos trabalhadores demitidos. A Prefeitura de Canoas entrou com um recurso para anular a decisão. Até o momento, nenhum funcionário voltou a trabalhar.
De acordo com a Secretaria da Saúde de Canoas, o reajuste salarial de 8% aos funcionários, além do aumento dos custos de equipamentos e medicamentos colaboraram para os cortes. O município admite, ainda, que a desativação dos leitos vai trazer prejuízos aos usuários, principalmente nos atendimentos eletivos e na realização de cirurgias.