Sintomas como fadiga, falta de ar, dor no peito e fraqueza muscular podem acompanhar pacientes que tiveram a covid-19 mesmo após se recuperarem da infecção. As consequências do vírus ao longo prazo é uma preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselha acompanhamento com profissionais de saúde às pessoas que ainda sofrem com a chamada síndrome pós-covid.
Foi pensando neste cenário que a Clínica-escola da Ulbra Canoas passou a oferecer um serviço gratuito de fisioterapia para colaborar na recuperação de pacientes. O atendimento é prestado por estudantes, com a supervisão de preceptores e professores. Na entrevista a seguir, o mestre em Genética e Toxicologia e professor do estágio Fisioterapia em Saúde Coletiva II da Ulbra, Diogo Scalon, explica como funciona o atendimento.
Quais são as principais sequelas que pacientes que desenvolveram a forma mais grave da covid-19 podem apresentar?
A covid-19 é um grande desafio para pesquisadores e profissionais da saúde, uma vez que os sintomas são muito diversificados e dependem da gravidade do contágio. Esta variedade de sintomas é observada na fase ativa e na fase de recuperação da infecção. Ela pode afetar órgãos do corpo inteiro. Os principais sintomas do pós-covid são a fadiga (cansaço muscular) e a dispneia (falta de ar). Seguidos por dor articular e muscular, falta de paladar, dificuldade de concentração, entre tantas outras.
De que forma a fisioterapia atua na recuperação desses pacientes?
De forma prática, a fisioterapia poderá contribuir com o paciente pós-covid através do retorno à sua funcionalidade, o mais próximo possível de sua condição prévia à doença. Consequentemente, no primeiro dia, o paciente irá ser submetido a diversos testes para avaliar sua condição física. Nos dias seguintes, serão realizados exercícios protocolados de acordo com a sua capacidade funcional. No atendimento, será trabalhada a reabilitação das capacidades funcionais de cada paciente, como a força muscular, flexibilidade, equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório com exercícios de resistência.
Qual deve ser a frequência dos atendimentos para um resultado mais efetivo?
Na literatura não está claro qual a frequência ideal do tratamento. Recomenda-se que se faça exercícios no ambulatório com a supervisão de um profissional associado a exercícios domiciliares. O nosso serviço possui a frequência de duas vezes por semana por oito semanas.
Quem presta o atendimento na clínica-escola?
São os estudantes do último ano do estágio de Fisioterapia em Saúde Coletiva II, supervisionados por preceptores e professores da disciplina, como eu e a professora e coordenadora do curso, Cristina Fedrizzi Caberlon.
Como funciona o atendimento prestado pela Clínica-escola de Fisioterapia da Ulbra?
As pessoas que necessitam do atendimento podem ligar para o telefone (51) 3477-9198 que iremos agendar a avaliação logo que possível. Como o serviço está apenas iniciando, há bastante vagas.
Para serem atendidos, os pacientes devem ser encaminhados?
Não é necessário encaminhamento, no entanto é importante que já tenham passado pelo período ativo da doença, ou seja, não estarem mais transmitindo a covid-19.
Os atendimentos seguem cuidados contra à covid-19?
São observados todos os protocolos de segurança, como utilização de máscara, uso de jaleco e disponibilização de álcool em gel, além da higienização do local utilizado. Os pacientes são orientados a comparecer no dia da consulta sozinhos. Em casos inevitáveis, será permitido apenas um acompanhante por paciente.